Gabrielli: "Produzir petróleo novo está ficando mais caro e precisamos de mais tecnologia" (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2011 às 10h32.
Nova York - O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse nesta quinta-feira em Nova York que a provisão de petróleo enfrenta muitos contratempos, como a dificuldade para encontrar novas jazidas, e por isso afirmou que "a era do petróleo barato acabou".
"Produzir petróleo novo está ficando mais caro e precisamos de mais tecnologia", declarou Gabrielli em uma conferência durante um fórum sobre energias limpas organizado pela agência de informação energética Platts, que nesta quinta-feira divulgou os vencedores dos prêmios que entrega anualmente aos líderes do setor.
O presidente da Petrobras, indicado pela Platts como um dos 12 candidatos a melhor executivo-chefe do ano de uma empresa energética, garantiu que a demanda de petróleo continuará aumentando nos próximos anos, principalmente nos países emergentes, mas a provisão "enfrentará ventos contrários".
Concretamente, Gabrielli detalhou que a maior parte do petróleo provirá da recuperação do óleo em jazidas já exploradas, o que "requer grandes investimentos e conhecimento técnico dirigido para tecnologias que otimizem os fatores de recuperação".
Além disso, o presidente da Petrobras reconheceu que as descobertas de novas jazidas representam outra fonte de petróleo, mas estas "tendem a ser muito pequenas", por isso a união desses fatores o fez constatar que "a era do petróleo barato acabou".
Gabrielli assegurou que apesar do petróleo, do gás natural e do carvão "serem de primordial importância" em um futuro próximo, "há motivos para otimizar o uso do carbono em nossa economia", por isso qualificou as energias renováveis de um elemento "vital para um futuro sustentável".
Nesse sentido, o principal executivo da Petrobras previu que as energias renováveis representarão 15% do total das fontes de energia primárias para 2030 e calculou que o etanol representará 4% do total do setor dos transportes de todo o mundo.
"Por isso, no que se refere aos biocombustíveis, esperamos que a relevância do etanol cresça no futuro", disse Gabrielli, lembrando que a produção de etanol está centrada basicamente nos Estados Unidos e no Brasil.
Gabrielli frisou que o país está em uma "posição privilegiada" para aumentar a produção de etanol "sem provocar danos ao meio ambiente", uma vez que o etanol da cana-de-açúcar é mais eficiente que o de milho, e previu que, para 2017, o Brasil só precisará utilizar 2,5% de seu solo cultivável para satisfazer a demanda.