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Presidente da Opep diz não entender saída do Catar e espera adesões

"Respeitamos o direito soberano", disse o ministro de Petróleo dos Emirados Árabes. Seu país participa do bloqueio político da Arábia Saudita ao Catar

Imagem de arquivo da sede da Opep em Viena, na Áustria: autoridade repercute saída do Catar do órgão (Leonhard Foeger/Reuters)

Imagem de arquivo da sede da Opep em Viena, na Áustria: autoridade repercute saída do Catar do órgão (Leonhard Foeger/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 14h49.

Última atualização em 4 de dezembro de 2018 às 14h56.

O presidente rotativo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Suhail bin Mohammed Faraj al Mazrouei, disse hoje (4), em Viena, não entender, mas respeitar, a decisão do Catar de deixar o organismo e mostrou-se confiante quanto a outros países se unirem ao grupo em um futuro próximo.

"Não entendemos, mas respeitamos o direito soberano do Catar", disse Al Mazrouei a um grupo de jornalistas em Viena, onde a organização e seus aliados (Opep+) estudarão reduzir sua oferta de petróleo em reunião nesta quinta e sexta-feiras (6 e 7).

Al Mazrouei reagiu assim ao anúncio de Catar de deixar a organização, à qual aderiu em 1961, um ano depois de ser fundada em Bagdá por Venezuela, Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait.

"É uma decisão que qualquer país pode tomar. É uma pena que eles saiam, mas não podemos forçá-los a ficar", disse o presidente da Opep.

Al Mazrouei, que é ministro de Petróleo dos Emirados Árabes Unidos, um dos países que participam do bloqueio político e diplomático ao Catar imposto pela Arábia Saudita, disse não acreditar que a saída do parceiro da Opep possa ter um impacto importante.

"Não acho que vá afetar a decisão [sobre a redução da oferta de petróleo] ou o nível de produção, dado que o bombeamento do Catar (cerca de 600 mil barris por dia) é pequeno, não é significante para a organização."

Ele se mostrou "otimista" em relação ao futuro e lembrou que, nos últimos anos, a organização recebeu novos parceiros, em alusão à entrada de países como Gana e Guiné Equatorial, e ao retorno do Gabão após anos de ausência. "Estamos vendo um crescente número de países que querem se unir" à Opep ou à Opep+."

Para o dirigente da Opep, o importante é que será mantido o acordo de cooperação da organização com nove produtores, como a Rússia e o México, que, até o final de 2016, eram concorrentes e, desde então, após iniciarem um corte conjunto de provisões, formam uma aliança, a chamada Opep+.

"Todo mundo aceita continuar nesta rota porque, após se unirem, descobriram que estamos equilibrando o mercado em benefício de consumidores e produtores", afirmou.

Ele reiterou, por outro lado, acreditar que, na reunião, da qual Catar participará pela última vez, poderá ser decidida a redução da oferta conjunta de petróleo a fim de sustentar o preço do barril.

"Estamos vendo que há requerimento de um ajuste", informou Mazrouei, que acrescentou que se trata de "um ajuste para diminuir, não para aumentar". "Qual será esse ajuste, e em qual nível é preciso fazê-lo, é o que será discutido, e esperamos uma decisão."

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