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Presidente da Nigéria dá prazo para acabarem com Boko Haram

Presidente do país deu um prazo de três meses para os novos chefes militares derrotarem o grupo jihadista


	Só em julho, foram pelo menos 45 ataques que causaram 714 vítimas
 (Reinnier Kaze/AFP)

Só em julho, foram pelo menos 45 ataques que causaram 714 vítimas (Reinnier Kaze/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2015 às 16h10.

Lagos - O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, deu nesta quinta-feira aos novos chefes militares um prazo de três meses para derrotar o grupo jihadista Boko Haram, que só em julho assassinou mais de 700 pessoas na Nigéria e nos países vizinhos.

"É necessário que se preparem e continuem se unindo as outras partes envolvidas para conseguir uma força conjunta coordenada que traga o esperado final dos insurgentes em menos de três meses", afirmou Buhari durante um evento em Abuja, a capital, em que os novos chefes militares juraram seus cargos.

"As atividades destes grupos e indivíduos equivocados provocaram a destruição indiscriminada de vidas e propriedades de nossos cidadãos, assim como a interrupção da vida socioeconômica de milhões de nigerianos", acrescentou o líder.

Desde que Buhari tomou posse, em 29 de maio, ele prometeu intensificar a luta contra o grupo islamita Boko Haram, que qualificou de "irreligioso" e "descerebrado", e os jihadistas intensificaram sua campanha de terror.

Só em julho, foram pelo menos 45 ataques que causaram 714 vítimas, um terço de todas as mortes registradas em 2015, segundo dados das forças de segurança e dos serviços de emergência.

Buhari também pediu aos novos comandantes que garantam o treinamento de todos os membros do exército e que os dotem de equipamentos necessários antes de enviá-los ao combate, em referência às centenas de soldados que desertaram durante a luta contra o Boko Haram por falta de recursos.

"Também devem assegurar que cumpram as leis e os padrões internacionais durante o exercício de suas tarefas", insistiu o presidente nigeriano.

Recentemente, a Anistia Internacional (AI) denunciou em um relatório a morte de oito mil pessoas pelo exército nigeriano durante a luta contra o Boko Haram no nordeste do país, o que qualificou de crimes de guerra e possíveis crimes contra a humanidade.

Os novos chefes de Estado, que foram nomeados em 13 de julho e juraram hoje seus novos cargo são: de Defesa, general Abayomi Gabriel Olonishakin; do Exército, o tenente-general Tukur Buratai; o Naval, vice-almirante Ibok-Ete Ekwe Ias; e o do Ar, marechal Sadique Abubakar.

Desde fevereiro uma força multinacional combate o Boko Haram no nordeste da Nigéria e na fronteira com Chade, Camarões e Níger, uma ofensiva que durante meses conseguiu grandes avanços contra o grupo islamita, mas que agora parece estagnada pela maior mobilidade dos milicianos.

Em resposta a esta força regional, Boko Haram estendeu sua campanha de ataques aos países vizinhos e já cometeu atentados suicidas no Chade e em Camarões. 

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