Jimmy Morales: presidente da Guatemala (Reuters / Jorge Dan Lopez/Reuters)
EFE
Publicado em 27 de agosto de 2017 às 12h02.
Cidade da Guatemala -- O presidente da Guatemala, Jimmy Morales, declarou neste domingo como persona non grata o diretor da Comissão Internacional Contra a Impunidade (Cicig), o advogado colombiano Iván Velásquez, e ordenou que ele deixe imediatamente o país.
A decisão foi tomada depois de a Cicig e o Ministério Público da Guatemala terem pedido na última sexta-feira que a Suprema Corte de Justiça retire a imunidade de Morales para que ele seja investigado pelo crime de financiamento eleitoral ilícito.
"No exercício das minhas premissas constitucionais e em conformidade com o Artigo 183, inciso C, da Constituição, declaro Iván Velásquez persona non grata na qualidade de diretor da Cigic e ordeno que ele deixe imediatamente a Guatemala", disse Morales.
O presidente pediu ao ministro de Relações Exteriores, Carlos Raúl Morales, que realize as medidas diplomáticas necessárias para que Velásquez, que comanda a Cicig desde 2013, deixe o país.
Morales também justificou a decisão usando trechos da Convenção de Viena e do acordo assinado em 2006 entre o governo da Guatemala e a ONU para a criação da Cicig, instalada no ano seguinte no país.
Segundo a denúncia apresentada na sexta-feira, Morales teria recebido dinheiro na campanha que não foi declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No anúncio feito hoje, o presidente não explicou se declarou Velásquez como persona non grata por causa da acusação ou por outras razões.
Na última sexta-feira, durante uma reunião com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em Nova York, Morales pediu que a Cicig focasse apenas no seu mandato. O órgão foi criado para contribuir com a Guatemala na investigação e desarticulação de estruturas clandestinas dentro do setor público.
Um dos casos mais famosos investigados pela Cicig foi o batizado de "La Línea", que revelou um grande esquema de fraude nos portos do país. Foram presos por envolvimento no escândalo o ex-presidente Otto Pérez Molina e a ex-vice-presidente Roxana Baldetti. EFE