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Presidente da Galícia negocia acordos com a Petrobras

Acordos analisados com estaleiros e empresas petrolíferas incluem transferência de tecnologia e de engenharia e construção material de peças para navios


	O objetivo das reuniões é negociar acordos estratégicos como o assinado com a Pemex
 (Germano Lüders/EXAME.com)

O objetivo das reuniões é negociar acordos estratégicos como o assinado com a Pemex (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2012 às 18h14.

Rio de Janeiro - O reeleito presidente da Junta da Galícia (noroeste da Espanha), Alberto Núñez Feijóo, disse nesta terça-feira no Rio de Janeiro que foram dados os primeiros passos na busca de acordos da indústria naval galega com contratistas da Petrobras, similares aos que alcançou com a mexicana Pemex.

''Demos o primeiro passo de um trabalho que espero que frutifique em contratos concretos, em relações comerciais concretas, para iniciar um caminho estratégico como fizemos com Petróleos Mexicanos (Pemex)'', afirmou Feijóo em declarações a jornalistas após suas primeiras reuniões de trabalho no Brasil.

O chefe de Governo galego assegurou que os acordos analisados com estaleiros e empresas petrolíferas brasileiras incluem desde transferência de tecnologia e de engenharia até a construção material de peças para navios montados no Brasil.

''Toda essa pasta de produtos e serviços está aberta e queremos oferecê-la nesta viagem, que está sendo frutífera e com enormes possibilidades'', afirmou Feijóo, que hoje teve uma reunião com os diretores da Sete Brasil, um estaleiro que tem participação da Petrobras e que ganhou um contrato para construir 28 navios-sonda de perfuração marinha para a companhia petrolífera brasileira.

Feijóo também se reuniu esta terça-feira com o governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e tem programados para quarta-feira e quinta-feira encontros em outros sete estaleiros e petrolíferas do país, incluindo a própria Petrobras.

O objetivo das reuniões, explicou, é negociar acordos estratégicos como o assinado com a Pemex, que no mês passado frutificou em um contrato no valor de 300 milhões de euros para a construção nos estaleiros da Galícia de dois hotéis flutuantes para a companhia petrolífera mexicana.

''Vamos repetir a aliança com a Pemex e a tentar alianças estratégicas com empresas petrolíferas brasileiras para a possível construção de navios. Da mesma forma como fizemos com a Pemex queremos fazê-lo também com o Brasil'', afirmou.


''As possibilidades de colaboração e trabalho no Brasil são enormes já que a Petrobras está renovando grande parte de sua frota e nos próximos cinco anos licitará cerca de 250 navios de apoio e várias plataformas petrolíferas'', assegurou Feijóo.

O chefe do Executivo galego lembrou que as jazidas petrolíferas descobertas pelo Brasil em águas profundas do Atlântico são maiores que as do Golfo do México e podem transformar o país em um dos maiores exportadores mundiais de petróleo.

''Para explorar essas reservas que transformarão o Brasil em um dos cinco maiores mercados de petróleo do mundo em uns cinco anos, o país vai precisar construir muitos navios e plataformas marinhas'', disse o governante, que lidera uma delegação que inclui executivos dos maiores estaleiros da Galícia.

Feijóo acrescentou que a Petrobras precisa de mais de 250 navios e que já licitou 28 plataformas, cada uma no valor de US$ 500 mil em um contrato que gerará cerca de 125 mil empregos, mas com prazos muito reduzidos.

''Nós temos capacidade instalada para cumprir os contratos nos prazos exigidos e temos a tecnologia e a qualidade exigida, assim como preços competitivos'', afirmou o presidente da Galícia, após lembrar que a Petrobras já opera três plataformas construídas na Galícia e conhece a qualidade do produto.

Segundo o governante, a política brasileira que exige um mínimo de conteúdo nacional de perto de 60% em cada embarcação e plataforma encomendada pela Petrobras não reduz as oportunidades para a Galícia.


''Podemos explorar esse espaço. Temos oportunidade para oferecer 40% do conteúdo que pode ser fabricado fora do Brasil. Construir peças que podem ser enviadas para ser montadas nas embarcações no Brasil. Estamos falando de 40% de quantidades enormes. Apenas em empregos estamos falando de 40% de 125 mil gerados'', disse Feijóo.

''Por isso acho que, na próxima visita de (a presidente Dilma) Rousseff à Espanha para seu encontro com (o presidente do Governo espanhol, Mariano) Rajoy, o setor naval tem que ocupar uma parte importante da agenda'', acrescentou Feijóo.

''Neste momento é estratégico que a Espanha e todo setor naval espanhol possam fazer acordos com a Petrobras e a indústria naval brasileira. Negociar acordos, consórcios, filiais. Buscar fórmulas para construir conjuntamente peças e montá-las posteriormente no Brasil'', disse.

Feijóo acrescentou que, pelo menos para a Galícia, o Brasil se transformou em prioridade em política externa e os esforços da próxima legislatura em matéria internacional serão focados no país. 

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