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Presidente da França buscará apoio em entrevista na TV

Hollande dará uma entrevista de 45 minutos no canal France 2, sua primeira aparição desse tipo em vários meses


	O presidente francês François Hollande: a entrevista de TV é parte de um esforço de relações públicas, incluindo uma viagem de dois dias do presidente pelo sudeste da França neste mês.
 (AFP / Bertrand Langlois)

O presidente francês François Hollande: a entrevista de TV é parte de um esforço de relações públicas, incluindo uma viagem de dois dias do presidente pelo sudeste da França neste mês. (AFP / Bertrand Langlois)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2013 às 15h18.

Paris - Com índices de aprovação e a maioria de suas promessas econômicas em frangalhos, o presidente francês, François Hollande, vai tentar convencer uma nação desiludida, no horário nobre da TV nesta quinta-feira, a manter a fé nele para restaurar a saúde da economia.

Hollande dará uma entrevista de 45 minutos no canal France 2, sua primeira aparição desse tipo em vários meses, em um estúdio cujo cenário e iluminação foram cuidadosamente preparados por sua equipe de mídia para criar um clima sombrio.

Há dez meses no poder, o líder socialista está lutando para manter o apoio público. Ele irritou esquerdistas com medidas pró-mercado para promover o crescimento e irritou líderes empresariais com altos impostos, enquanto fracassou em deter o desemprego crescente.

Sua aprovação caiu mais rapidamente que a de qualquer outro presidente francês, chegando a 22 por cento, depois que ele fracassou no cumprimento das metas de crescimento e déficit. Poucos acreditam que ele pode cumprir a promessa de reduzir o desemprego, agora em 10,6 por cento, até o final do ano.

A entrevista de TV é parte de um esforço de relações públicas, incluindo uma viagem de dois dias do presidente pelo sudeste da França neste mês. A viagem teve efeito contrário quando desordeiros perguntaram o que tinha acontecido com as promessas de campanha e um deles foi levado pela polícia.


A maior promessa de Hollande a sua base de eleitores de esquerda foi a imposição de um "super imposto" de 75 por cento sobre milionários, mas o plano foi aniquilado pelo Tribunal Constitucional da França.

Analistas dizem que Hollande se daria bem se deixasse claro como a perspectiva econômica sombria está forçando-o a se desviar do seu manifesto eleitoral, já que ele fez cortes de gastos radicais e estabeleceu impostos mais altos.

"O problema de Hollande é que ele fala o tempo todo, mas nós não o escutamos", disse o comentarista político Alain Duhamel à rádio RTL. "Se ele sair e realmente explicar o que está fazendo... ele poderia mudar o clima, pouco a pouco." Ele precisa, entre outras coisas, preparar a nação para uma reforma na previdência para conter um déficit profundo no sistema, apesar de ter sido contrário à reforma de seu antecessor conservador Nicolas Sarkozy de elevar a idade de aposentadoria para 62 anos.

A manchete do jornal de esquerda Libération nesta quinta-feira sugeriu que a entrevista seria a segunda chance de Hollande de passar em um exame no qual, até o momento, foi reprovado.

O semanário Le Point escreveu que o desafio de Hollande "não é dominar a comunicação, mas mostrar que ele consegue governar".

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