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Presidente da Colômbia autoriza bombardeio em Clã do Golfo para operação contra o tráfico de drogas

Operação terminou com morte de nove supostos integrantes da maior organização criminosa relacionada ao tráfico de drogas e de pessoas e à mineração ilegal

Gustavo Petro:  (Nathalia Angarita/Getty Images)

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Agência o Globo
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Publicado em 25 de março de 2025 às 16h43.

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta terça-feira que autorizou uma operação com uso de bombardeios aéreos contra o Clã do Golfo, considerado atualmente o maior cartel de drogas do país, dentro do território colombiano. Nove pessoas apontadas como integrantes do grupo morreram, de acordo com o balanço da operação que contou com participação do Exército e da Aeronáutica, incluindo duas lideranças.

"Ordenei realizar uma operação com bombardeio a estruturas armadas do Clã do Golfo em Segovia, [Departamento de] Antioquia", escreveu Petro em uma publicação na rede social X. "Esta unidade do Clã já havia participado na emboscada de Forças Especiais do Exército [...] Parabéns às tropas que participaram na operação".

Ainda de acordo com o balanço divulgado por Petro, entre os nove mortos que seriam integrantes da organização, o cabeça do grupo, Manuel Alexander Ariza Rosario, apelidado de Hitler, e Jairo Julio Hoyos, que atendia pelo vulgo de Neymar, estavam entre as vítimas. Um décimo integrante da organização foi preso e 13 fuzis foram apreendidos.

Retorno aos bombardeios contra cartéis de drogas

O jornal colombiano El Tiempo noticiou que este foi o terceiro bombardeio aéreo autorizado por Petro contra grupos ligados ao tráfico de drogas — uma medida que havia sido temporariamente suspensa, mesmo atraindo reações positivas de setores de oposição ao presidente, que defendem uma linha-dura, e criticaram as tentativas de negociação do governo colombiano com grupos armados.

O Ministro da Defesa colombiano, Pedro Sánchez, havia dito há semanas que os bombardeios não haviam sido suspensos para sempre.

— A única decisão política do presidente está alinhada com a proteção da vida. Mas a opção legal e a capacidade estratégica da Força Aeroespacial estão disponíveis e serão aplicadas de acordo com o Direito Humano Internacional — disse Sánchez.

Reações políticas à operação

O governador de Antioquia, Andrés Julián Rendón, um dos maiores críticos do governo Petro, elogiou a operação e disse que é o caminho a seguir para enfrentar as organizações criminosas.

"Presidente Petro, é isso que se consegue quando se permite que a Força Pública atue decisivamente, sem tratar os bandidos como anjinhos. Que venham mais bombardeios como esses contra todas as estruturas criminosas!", disse o governador no X.

Fracasso nas negociações e aumento da violência

Petro tentou negociar o desarmamento do cartel depois de chegar ao poder, em agosto de 2022, mas falhou na tentativa. O presidente declarou um cessar-fogo unilateral em janeiro de 2023, mas o suspendeu depois que a organização — que além do tráfico de drogas, lucra com mineração ilegal, extorsão e tráfico de migrantes — impôs uma "greve de mineração" no noroeste do país e disparou contra as forças de segurança.

Segundo Sánchez, o Clã do Golfo é o grupo ilegal que mais cresceu em número de membros durante a administração Petro. A Colômbia enfrenta sua pior crise de segurança em uma década, após a assinatura do acordo de paz de 2016 que desarmou as Farc. O país bateu recorde de produção de cocaína em 2023, com 2,6 mil toneladas, segundo a ONU.

(Com El Tiempo e AFP)

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