Imagem de arquivo de imigrante na Espanha: "É um instrumento de cooperação", acrescentou Espinosa, na sede da ONU, em Nova York, sobre o pacto (Reuters/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 22 de novembro de 2018 às 08h59.
Última atualização em 3 de dezembro de 2018 às 12h21.
A presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Maria Espinosa, defendeu um acordo para assegurar aos imigrantes os direitos salvaguardados. Preocupada com as decisões de determinados países em se retirar do pacto de migração global das Nações Unidas, ela fez a proposta.
"O pacto permite uma enorme flexibilidade para os países usarem as partes do pacto que podem ser adaptadas às suas decisões soberanas e estruturas legais existentes", disse.
"É um instrumento de cooperação", acrescentou Espinosa, na sede da ONU, em Nova York.
A reação ocorre no momento em que líderes europeus e norte-americanos estabelecem uma série de restrições ao ingresso de imigrantes nos seus territórios. Decisão que agrava a situação de vulnerabilidade daqueles que buscam escapar das condições impróprias em seus países e na tentativa de melhor qualidade de vida.
Maria Espinosa descreveu o Pacto Global para a migração como um acordo histórico que ajudará a garantir que os migrantes em todo o mundo tenham seus direitos salvaguardados e sejam tratados de forma justa.
O assunto deve ser tratado, em dezembro, durante conferência em Marrakesh, no Marrocos. Na ocasião serão discutidos os objetivos para tornar a migração segura, ordenada e regular; aborda as preocupações dos governos signatários e reforça a soberania nacional e as vulnerabilidades enfrentadas pelos migrantes.
"A migração é parte da maneira como o mundo se desenvolve, interage e interconecta. Vimos recentemente fluxos migratórios incomuns que precisam ser enfrentados e resolvidos multilateralmente. E a resposta é justamente o Pacto Global", ressaltou.
Maria Espinosa destacou que as decisões dos governos dos estados membros devem ser respeitadas: "Entendemos completamente a decisão de alguns países que decidiram não estar prontos para se comprometerem, e talvez seja porque estão levando a migração do problema muito a sério e precisam ter mais discussões e conversas internamente."
Maria Espinosa também destacou a importância da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, conhecida pela taquigrafia COP24, a ser realizada em Katowice, na Polônia, em dezembro.
Segundo a presidente da Assembleia Geral da ONU, a mudança climática é como uma "questão de sobrevivência". A ação urgente no meio ambiente é uma de suas prioridades.
Ressaltou que o mundo precisa avançar o mais rápido possível para uma economia verde, gerando tecnologias de baixo carbono, que produzirão milhares de empregos a mais. Uma mudança cultural nos padrões de produção e consumo é necessária se quisermos evitar que as temperaturas subam mais de 1,5º Celsius, finalizou.