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Presidente catalão promete referendo sobre independência em 2017

"O ano que vem será (...) chave para o futuro deste país porque os catalães e as catalãs decidimos livremente nosso futuro", prometeu

Catalunha: em seu discurso, Puigdemont disse que o voto será convocado segundo o que prevê a legislação (Getty Images)

Catalunha: em seu discurso, Puigdemont disse que o voto será convocado segundo o que prevê a legislação (Getty Images)

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AFP

Publicado em 30 de dezembro de 2016 às 19h49.

O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, prometeu nesta sexta-feira um referendo "legal e vinculante" no ano que vem sobre a independência desta região espanhola, apesar da oposição frontal do governo de Madri.

Em mensagem de fim de ano transmitida pela televisão e gravada na sede do governo regional de Barcelona, Puigdemont disse que 2017 será um ano chave para a Catalunha (nordeste da Espanha).

"O ano que vem será (...) chave para o futuro deste país porque os catalães e as catalãs decidimos livremente nosso futuro em um referendo legal e vinculante", prometeu.

Puigdemont anunciou em setembro passado que convocaria um referendo sobre a independência em setembro de 2017, uma decisão ratificada em uma resolução aprovada pelo Parlamento catalão, de maioria separatista.

Mas o Tribunal Constitucional espanhol suspendeu de forma cautelar a resolução, enquanto examina se a proíbe de forma definitiva ou cancela a suspensão.

Em seu discurso, Puigdemont disse que o voto será convocado segundo o que prevê a legislação, sem explicar o que fará se o tribunal o proibir.

Os separatistas catalães tentaram durante anos - em vão - obter o aval do governo espanhol para organizar um referendo como o celebrado em 2014 na Escócia.

O ex-presidente catalão Artur Mas tentou celebrar uma consulta, que foi proibida pelo Tribunal Constitucional, e acabou organizando uma simbólica em novembro de 2014.

Mais de 80% dos que votaram se pronunciaram a favor da independência, embora só tenham votado 2,3 milhões de pessoas de um total de 6,3 milhões de eleitores.

Mas agora será julgado por organizar a consulta, acusado de desobediência grave e prevaricação. Se for condenado, pode ser condenado a dez anos de inabilitação.

Puigdemont insistiu em que a Catalunha continuará tentando dialogar com Madri, em um aparente degelo desde que o conservador Mariano Rajoy iniciou, no mês passado, seu segundo mandato à frente do governo.

Madri ofereceu negociar uma lista de demandas econômicas e sociais, formuladas por Puigdemont, embora tenha rejeitado o referendo, algo em que Rajoy voltou a insistir nesta sexta-feira.

"O governo não vai autorizar nenhum referendo que suponha liquidar a soberania nacional ou a igualdade dos espanhóis", afirmou Rajoy.

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