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Presidente birmanês felicita opositora por vitória eleitoral

Com o respaldo do presidente e do comandante das Forças Armadas, Mianmar inicia um processo histórico de alternância de poder


	Eleições de Mianmar: "Gostaríamos de felicitar Aung San Suu Kyi por ter conquistado a aprovação do povo"
 (Soe Zeya Tun / Reuters)

Eleições de Mianmar: "Gostaríamos de felicitar Aung San Suu Kyi por ter conquistado a aprovação do povo" (Soe Zeya Tun / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2015 às 07h45.

O presidente de Mianmar se uniu ao comandante das Forças Armadas para felicitar a líder opositora Aung San Suu Kyi por sua vitória nas eleições históricas de domingo passado, e prometeu fazer o possível para facilitar a transição à democracia.

"Bem-vinda à nova guarda", afirma o jornal estatal Global New Light of Myanmar, com uma foto do presidente Thein Sein.

"Gostaríamos de felicitar Aung San Suu Kyi por ter conquistado a aprovação do povo" nas primeiras eleições livres em 25 anos, afirma o presidente Thein Sein em um comunicado divulgado pelo site do governo.

Com o respaldo do presidente e do comandante das Forças Armadas, Mianmar inicia um processo histórico de alternância de poder.

O poderoso comandante do exército birmanês prometeu "cooperar com o novo governo".

"O exército fará todo o necessário, em cooperação com o novo governo", afirmou o general Min Aung Hlaing em um discurso.

"A confiança do povo pode ser conquistada", completou Hlaing, que apelou aos militares por "obediência e disciplina".

Na quarta-feira, o comandante do exército felicitou Aung San Suu Kyi por sua vitória.

Min Aung Hlaing conserva um importante papel político no sistema atual, herdado da junta militar que governou o país até 2011: ele designa 25% dos deputados militares, não eleitos, um número que na prática concede um direito de veto ao exército. Também nomeia ministros importantes, incluindo as pastas da Defesa e Interior.

Aung San Suu Kyi prometeu acabar com este sistema em caso de vitória e analistas aguardavam a reação do exército.

A estratégia nos últimos dias da Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido de Aung San Suu Kyi, era dar tempo ao governo para reconhecer a situação.

A líder opositora evita as aparições públicas e recomendou a seus seguidores que não saiam às ruas.

A vencedora do Nobel da paz, que passou anos em prisão domiciliar durante o regime militar, pretende iniciar na segunda-feira a viagem a Naypyidaw, capital administrativa do país e que fica a cinco horas de Yangun, para a retomada dos trabalhos no Parlamento.

Deputada desde 2012 (eleita nas legislativas parciais vencidas com folga pela LND), ela terá oportunidade para se reunir com o presidente Thein Sein e falar sobre a transição.

O processo levará tempo. A Assembleia atual ainda se reunirá por vários meses, antes da posse da nova maioria parlamentar.

Aung San Suu Kyi e os 409 deputados da LND deverão limitar-se a atuar na oposição parlamentar até o fim de janeiro, ante os 331 deputados do partido governista USDP e os 100 deputados militares não eleitos, uma prerrogativa herdada do período da junta militar.

O novo Parlamento só deve iniciar os trabalhos em fevereiro ou março de 2016.

Obama felicita Mianmar

O governo birmanês anunciou nesta quinta-feira que o presidente americano, Barack Obama, ligou a seu colega birmanês para felicitá-lo por ter permitido eleições "livres".

"O presidente Obama ligou para o presidente Thein Sein para felicitá-lo, a ele e a seu governo, por ter conseguido organizar eleições históricas, livres", afirmou o ministro da Informação, Ye Htut, em um comunicado.

"Pode estar orgulhoso deste êxito eleitoral, é um marco histórico", afirmou Obama, segundo o ministro birmanês.

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