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Presidente austríaco trabalhará para que Europa não se divida

Van der Bellen, um intelectual progressista de 72 anos que foi até 2008 o chefe do partido "Os Verdes", ganhou as eleições com o 53,79% dos votos

Alexander Van der Bellen: "Vou ser o presidente de todos os austríacos e austríacas, não importa se votaram ou não em mim" (Heinz-Peter Bader/Reuters)

Alexander Van der Bellen: "Vou ser o presidente de todos os austríacos e austríacas, não importa se votaram ou não em mim" (Heinz-Peter Bader/Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 15h35.

Última atualização em 6 de dezembro de 2016 às 18h45.

Viena - Alexander Van der Bellen, que no domingo venceu as eleições presidenciais na Áustria diante de um candidato ultranacionalista, afirmou nesta terça-feira que sua vitória é a dos valores europeus e que trabalhará para que a Europa não se divida.

"O resultado das eleições é um sinal claro, uma incumbência clara que se propaga pelas cidades e povos da Europa, que mostra que uma política da união, que apela aos valores europeus comuns. Não só faz sentido, como pode ter sucesso", afirmou perante os veículos de imprensa.

Van der Bellen, um intelectual progressista de 72 anos que foi até 2008 o chefe do partido "Os Verdes", ganhou as eleições com o 53,79% dos votos, frente a Norbert Hofer, candidato do ultranacionalista e eurocrítico Partido Liberal (FPÖ).

"Farei todo o possível para que nossa Europa comum se aproxime, não se deixe dividir e se movimente para um futuro positivo", prometeu, insistindo na mensagem europeísta que foi um dos eixos de sua campanha.

Van der Bellen indicou, sem mencionar nomes, que já esteve em contato com vários líderes europeus. Amanhã se reunirá com Ban Ki-moon, secretário-geral saliente da ONU.

O novo presidente, que será investido no começo de janeiro, se referiu também à polarização política que esta campanha eleitoral deixou no país.

"Vou ser o presidente de todos os austríacos e austríacas, não importa se votaram ou não em mim", prometeu.

O processo para escolher o presidente se alongou por seis meses a mais do que o previsto porque o FPÖ impugnou e conseguiu a anulação do resultado do pleito em maio, vencido também por Van der Bellen, mas com uma margem de diferença muito menor.

A última parte da campanha eleitoral esteve salpicada por duras declarações, especialmente por parte de políticos do FPÖ, que acusaram Van der Bellen de ter espionado para a União Soviética ou apontaram que seu pai, um russo que fugiu da revolução bolchevique, simpatizava com os nazistas.

Por tudo isso, Van der Bellen pediu hoje uma mudança cultural no debate político do país, algo para o qual apelou à responsabilidade dos políticos, dos veículos de imprensa e de "todos os que se manifestam publicamente, especial através das redes sociais".

"Uma metade da Áustria é tão importante como a outra. Juntos somos a Áustria", afirmou Van der Bellen, que disse que o êxito do país é explicado com essa política da unidade.

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