Park Geun-hye: presidente afastada da Coreia do Sul é suspeita dos crimes de suborno, tráfico de influência e abuso de poder (Ed Jones-Pool/Getty Images)
EFE
Publicado em 6 de março de 2017 às 07h13.
Seul - A procuradoria da Coreia do Sul suspeita que a presidente afastada, Park Geun-hye, confabulou com sua amiga e confidente Choi Soon-sil, conhecida como "Rasputina", para obter subornos da Samsung e outras empresas, anunciou nesta segunda-feira a equipe de investigadores.
A equipe independente de procuradores tornou públicas hoje suas conclusões da investigação de mais de três meses sobre a ampla trama de corrupção da "Rasputina", na qual volta a assinalar a presidente como suspeita de múltiplos delitos.
Os investigadores consideram que Park e Choi se puseram de acordo para pressionar a Samsung e outros grandes conglomerados empresariais sul-coreanos para que realizassem doações a organizações vinculadas à "Rasputina", em troca de um tratamento favorável das autoridades, destacaram em comunicado.
Além disso, os procuradores concluíram que a presidente estava ciente da criação de uma lista negra de quase 10.000 artistas e profissionais do mundo da cultura críticos ao governo, concebida com o objetivo de cortar suas vias de financiamento público e privado.
As conclusões da procuradoria apontam Park como suspeita dos crimes de suborno, tráfico de influência e abuso de poder, entre outros, dentro da ampla trama de corrupção do caso "Rasputina".
Park conta com imunidade legal devido ao fato de ainda ocupar formalmente o cargo de presidente do país, embora tenha sido afastada de suas funções quando o parlamento sul-coreano aprovou sua destituição em dezembro do ano passado.
A destituição de Park está agora nas mãos do Tribunal Constitucional, do qual se espera uma decisão a respeito nos próximos dias.
A equipe independente de investigadores tentou repetidamente interrogar a presidente para esclarecer mais detalhes sobre a trama, mas Park evitou comparecer ao fazer uso de sua imunidade legal.
Os investigadores enviaram suas conclusões à procuradoria estatal para continuar com a instrução sobre o caso, no qual estão envolvidas 30 pessoas, entre elas o herdeiro e líder de facto do conglomerado Samsung Group, Lee Jae-yong.
Lee, que permanece detido desde 17 de fevereiro, será julgado junto a outros quatro altos executivos da empresa pelas acusações de suborno e outros delitos como desvio e ocultação de ativos no exterior.
A procuradoria deve continuar com sua investigação para aprofundar nas conexões entre vários assessores da equipe de Park e outras grandes corporações sul-coreanas.