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Presença militar reduz manifestações no Egito

Desta vez, a Irmandade Muçulmana, grupo do qual Mursi faz parte, não conseguiu a adesão da grande quantidade de pessoas às manifestações


	Apoiadores do presidente deposto Mursi: número menor de participantes indica que Irmandade Muçulmana encontra dificuldades em arregimentar manifestantes após semana excepcionalmente violenta
 (REUTERS/Louafi Larbi)

Apoiadores do presidente deposto Mursi: número menor de participantes indica que Irmandade Muçulmana encontra dificuldades em arregimentar manifestantes após semana excepcionalmente violenta (REUTERS/Louafi Larbi)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 16h07.

Cairo - Soldados egípcios foram enviados para as ruas nesta sexta-feira, dia em que milhares de partidários do presidente deposto Mohamed Mursi saíram em passeata para pedir seu retorno.

Mas, desta vez, a Irmandade Muçulmana, grupo do qual Mursi faz parte, não conseguiu a adesão da grande quantidade de pessoas às manifestações, o que pode ser um sinal de que a dura repressão do atual governo militar afetou a base de apoio do grupo.

Num dia que recebeu o nome de "sexta-feira dos mártires", grupos de centenas de pessoas gritavam palavras de ordem contra os militares e carregavam pôsteres de Mursi em ruas laterais e do lado de fora de mesquitas de bairro. Pelo menos um pessoa foi morta em confrontos na cidade de Tanta, no delta do rio Nilo, mas não houve nenhum grande tumulto.

Milhares de pessoas marcharam pelas ruas do bairro de Nasr City, no Cairo, algumas gritando "estamos dispostos a sacrificar nossas vidas" e "nós prometemos aos mártires que colocaremos fim ao governo militar", numa referência às centenas de pessoas que morreram em confrontos com o Exército durante ataques contra acampamentos de protesto. Um homem ergueu uma fotografia de Mursi com as palavras "nosso presidente legítimo".

Mas não foram vistas as enormes concentrações de pessoas nas principais ruas e praças, pois veículos blindados e soldados estavam do lado de fora das mesquitas e em outras áreas estratégicas. Os militares também fecharam as principais ruas, alguns viadutos e cercaram várias praças, entre elas a Tahrir, numa demonstração de força com o objetivo de evitar os partidários de Mursi de se reunirem em massa.

Veículos blindados cercaram o palácio presidencial e bloquearam a mesquita de Rabaah al-Adawiya, onde partidários de Mursi permaneceram durante semanas em sinal de protesto, agrupamento que foi violentamente dispersado em 14 de agosto, resultando na morte de centenas de pessoas.

Os que participaram dos protestos evitaram as principais vias e praças que haviam sido tomadas por partidários de Mursi nas semanas após sua deposição, em 3 de julho.

O número menor de participantes indica que a Irmandade Muçulmana encontra dificuldades em arregimentar manifestantes após uma semana excepcionalmente violenta e da prisão de quase todos os mais graduados líderes do grupo, dentre eles seu líder espiritual, Mohamed Badie.

As autoridades também impuseram um rigoroso toque de recolher durante a madrugada na última semana no Cairo e em outras províncias, o que deixou as ruas vazias ao cair da noite.

Fonte: Associated Press.

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