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Presença da Coreia do Norte tumultua organização de Olimpíada

Organizadores das Olimpíadas de Inverno correm contra o tempo para resolver problemas por conta de acomodações e segurança

Olimpíadas de Inverno: Coreia do Norte anunciou sua participação na terça-feira, após as primeiras conversas intercoreanas em dois anos (Kim Hong-Ji/Reuters)

Olimpíadas de Inverno: Coreia do Norte anunciou sua participação na terça-feira, após as primeiras conversas intercoreanas em dois anos (Kim Hong-Ji/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 11h36.

Seul - O anúncio de última hora da Coreia do Norte de que irá enviar uma grande delegação para a Olimpíada de Inverno na Coreia do Sul, no próximo mês, aliviou preocupações sobre qualquer ameaça de Pyongyang durante os Jogos, mas cria dores de cabeça para organizadores por conta de acomodações e segurança.

A Coreia do Norte anunciou sua participação na terça-feira, após as primeiras conversas intercoreanas em dois anos, aliviando tensões por ora de que Pyongyang poderia testar outro míssil de longo alcance durante a Olimpíada.

A Coreia do Norte realizou uma série de testes de mísseis durante o ano passado e provocou temores de conflito na dividida península.

Por trás das cortinas, a logística de receber centenas de autoridades, atletas, líderes de torcida e artistas da Coreia do Norte é um desafio para ambos os lados, segundo autoridades e analistas.

Além da questão básica de assegurar transporte e acomodações, autoridades sul-coreanas precisam garantir que a Olimpíada siga sem problemas. Isto também significa impedir qualquer controvérsia sobre os visitantes norte-coreanos, incluindo protegê-los de possíveis ataques de grupos extremistas sul-coreanos.

O Ministério da Unificação da Coreia do Sul informou na quarta-feira que espera realizar conversas de nível operacional em breve para definir detalhes da visita.

Ryu Se-yeong, chefe da Allami Korea, uma das companhias privadas de segurança contratadas para os Jogos, disse estar preocupado com a falta de tempo para preparação da segurança adicional aos norte-coreanos, veículos e locais para abrigar os visitantes.

"Alguns dos hotéis estão totalmente reservados. Estou preocupado sobre onde iremos acomodar um número tão grande de norte-coreanos. Não é fácil conseguir acomodações decentes próximas aos estádios", disse Ryu.

A polícia da Coreia do Sul começou preparativos com base em experiências passadas, que podem ser atualizadas assim que a Coreia do Norte fornecer seus planos detalhados, informou uma autoridade da Agência de Política Nacional da Coreia do Sul.

Com Pyongyang e Seul esperando usar a Olimpíada para significar um degelo em relações intercoreanas, ambos governos compartilham temores de que um membro da delegação possa tentar desertar.

"A Coreia do Norte irá escolher e enviar pessoas verificadas de sua classe principal", disse Kim Kwang-jin, um desertor norte-coreano e pesquisador no Instituto para Estratégia de Segurança Nacional.

"A Coreia do Norte também é esperada para dividir sua delegação em grupos e pedir para eles monitorarem e controlarem uns aos outros, para que ninguém possa deixar o grupo", disse.

A Olimpíada será uma "boa oportunidade" para a Coreia do Norte implantar espiões na Coreia do Sul, e contatar outros espiões que já operam no país vizinho, acrescentou.

Respondendo a isto, um porta-voz do Ministério da Unificação disse à Reuters: "Nós iremos tentar o nosso melhor para garantir segurança e proteção para que a Olimpíada aconteça sem problemas".

Atletas norte-coreanos já participaram anteriormente três vezes em eventos poliesportivos internacionais sediados pela Coreia do Sul --em 2002, 2003 e 2014-- mas todas estas visitas foram programadas com mais tempo de antecedência.

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