Agência de Notícias
Publicado em 25 de fevereiro de 2025 às 13h05.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou nesta terça-feira que o Reino Unido aumentará seu orçamento de defesa para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2027, o maior desde o fim da Guerra Fria, em resposta à situação global criada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
Em uma declaração à Câmara dos Comuns, o líder trabalhista disse que esperava aumentar o orçamento de defesa para 3% durante a próxima legislatura.
Para lidar com esse avultado aumento na defesa, o governo reduzirá os atuais 0,5% do PIB alocados à cooperação internacional para 0,3% em 2027.
"A partir de hoje, posso anunciar que este governo começará o maior aumento sustentado em gastos com defesa desde o fim da Guerra Fria. Honraremos nosso compromisso de gastar 2,5% do PIB em defesa, mas anteciparemos isso para atingir esse nível em 2027 e mantê-lo pelo resto deste Parlamento", acrescentou.
Com esse aumento, o primeiro-ministro estima que o Reino Unido gastará 13,4 bilhões de libras (cerca de R$ 97,5 bilhões) a mais em defesa por ano a partir de 2027.
O líder britânico admitiu que não gostou de tomar essa decisão, mas lembrou que, quando o Muro de Berlim caiu (1990), ninguém imaginava que tanques russos entrariam em território europeu.
A Rússia representa uma ameaça à segurança nacional do Reino Unido, segundo disse aos parlamentares, uma vez que já ameaçou o espaço aéreo do país, suas águas e realizou ataques cibernéticos e químicos em território britânico.
Starmer enfatizou ainda que a Otan continua sendo a "base" da segurança do Reino Unido, ressaltando que a organização atlântica traz paz ao continente europeu há 75 anos.
"Putin pensou que poderia enfraquecer a Otan, mas só conseguiu o contrário", declarou.
O premiê britânico também se recusou a escolher entre os Estados Unidos e a Europa, dizendo que Washington é um aliado importante e que reiterará isso ao presidente americano, Donald Trump, quando se encontrar com ele na Casa Branca esta semana.
Falando na Câmara dos Comuns, Starmer disse que o país inteiro estava buscando a paz na Ucrânia e uma solução diplomática para o conflito: "Ninguém no Reino Unido quer que o derramamento de sangue continue".
Por sua vez, a líder da oposição, a conservadora Kemi Badenoch, deu seu apoio ao aumento dos gastos militares de Starmer, assim como os democratas liberais, o terceiro maior partido no Parlamento britânico.