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Premiê tunisiano quer formar governo, apesar de oposição

"Mantenho-me firme em minha decisão de formar um governo tecnocrata", disse o primeiro-ministro da Tunísia, Hamadi Jebali


	Hamadi Jebali: os dirigentes de seu partido desacreditaram ontem Jebali e até afirmaram que cogitavam a possibilidade de substituí-lo.
 (AFP/Fethi Belaid)

Hamadi Jebali: os dirigentes de seu partido desacreditaram ontem Jebali e até afirmaram que cogitavam a possibilidade de substituí-lo. (AFP/Fethi Belaid)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2013 às 16h28.

Túnis - O primeiro-ministro da Tunísia, Hamadi Jebali, insistiu nesta sexta-feira em sua decisão de nomear um governo de tecnocratas, apesar da rejeição mostrada ontem por seu próprio partido, o Al Nahda, principal força da coalizão governamental.

"Mantenho-me firme em minha decisão de formar um governo tecnocrata", disse Jebali em uma breve declaração à agência estatal tunisiana, "TAP".

Jebali também afirmou que não irá à Assembleia Nacional Constituinte para a aprovação do novo Executivo, que segundo o governante "quase está pronto".

Na quarta-feira passada, após a onda de protestos devido ao assassinato do ativista político Chukri Bel Aid, Jebali prometeu em discurso à nação a formação de um Executivo integrado por tecnocratas para fazer o país sair da crise e realizar eleições no menor tempo possível.

Os dirigentes de seu partido desacreditaram ontem Jebali e até afirmaram que cogitavam a possibilidade de substituí-lo.

"O movimento Al Nahda não está de acordo com a postura tomada pelo presidente do governo", disse ontem Abdelhamid Yalasi, vice-presidente da legenda, majoritária na Assembleia Constituinte.

Por sua vez, Faisal Nasser, diretor do departamento de comunicação do partido islamita, ressaltou à Agência Efe que o "Al Nahda tem meios para sair da crise", alegando que a Tunísia não precisa de um governo apolítico.

Segundo os líderes do Al Nahda, Jebali tomou tal decisão sem consultar seu partido nem as legendas aliados no governo, o Congresso pela República (CPR) do presidente do país, Monsef Marzouki, e o Takatol, do presidente do Parlamento, Mustafa Ben Yafaar.

Coincidindo com o enterro de Bel Aid, milhares de tunisianos em todo o país voltaram a pedir hoje a renúncia do governo, a quem responsabilizaram pela morte do político de esquerda, assassinado a tiros a manhã de quarta-feira quando saía de casa. 

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