Lucas Papademos precisa convencer o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) a conceder à Grécia os 8 bilhões de euros que o país necessita para evitar um default (Louisa Gouliamaki/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de novembro de 2011 às 15h57.
ATENAS - O novo primeiro-ministro grego viajou para Bruxelas neste domingo para defender a ajuda que o país precisa de forma a evitar a falência, apesar de um dos membros de sua coalizão ter se recusado a dar uma garantia por escrito em apoio às reformas e de um sindicato do setor público estar se preparando para realizar greves.
Lucas Papademos precisa convencer o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) a conceder à Grécia os 8 bilhões de euros que o país necessita para evitar um default em meados de dezembro, mas o partido conservador Nova Democracia se recusou a cumprir com a exigência mais básica das entidades.
Representantes da chamada "troika", composta pela UE, o FMI e o Banco Central Europeu, concluíram negociações iniciais com o partido conservador grego e seus parceiros, os socialistas do ex-premiê George Papandreou e o partido de extrema-direita LAOS.
Mas durante a visita, o líder do partido Nova Democracia, Antonis Samaras, se recusou a dar uma garantia por escrito de que continuaria a fazer o que fosse necessário para cumprir com os termos do pacote de ajuda, independente de quem vencesse as eleições, prevista inicialmente para 19 de fevereiro.
Segundo o chefe do partido LAOS, George Karatzaferis, que se reuniu com a equipe troika no domingo, os credores internacionais não liberariam a sexta prestação de ajuda a Atenas sem essa garantia.
"Eu acredito que não existe nenhum espaço de manobra e teremos que encontrar um acordo para que o dinheiro seja liberado em tempo para cobrir as necessidades urgentes do país", disse Karatzaferis a jornalistas, acrescentando que ele assinaria o compromisso.
Samaras disse a autoridades da troika no domingo que uma promessa verbal afirmando que não haverá oposição às reformas existentes seria o suficiente.
Samaras, um economista formado em Harvard, tem se posicionado há muito tempo contra o aumento de impostos e o corte nos gastos defendidos pelo seu feroz rival e ex-colega de quarto na universidade Papandeou, dizendo que medidas voltadas ao crescimento deveriam ser mais efetivas.
Isso tem irritado a comunidade internacional, que tem visto a incapacidade da Grécia em cumprir com suas metas para receber o pacote de ajuda contribuir para espalhar a crise para outros países da zona do euro e aumentar a dívida pública na Itália, na França e mesmo na Alemanha.
Segundo fontes próximas à troika, a equipe partiria de Atenas neste domingo. A expectativa é de que o grupo retorne mais para frente para discutir se liberará a parcela de 8 bilhões de dólares em ajuda, sem a qual Atenas sofrerá default em meados de dezembro.