(Neil Hall/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de junho de 2017 às 11h08.
Londres, 10 (AE) - Dois subordinados próximos da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, pediram demissão após o fraco resultado eleitoral do Partido Conservador dela na quinta-feira. Após perder a maioria absoluta no Parlamento, May foi forçada a buscar o apoio do Partido Unionista Democrático (DUP, na sigla em inglês), da Irlanda do Norte, para formar uma aliança majoritária no Legislativo. Os dois chefes de gabinete de May, Nick Timothy e Fiona Hill, anunciaram suas demissões neste sábado.
"Claramente, o resultado da eleição geral foi um grande desapontamento", escreveu Timothy em carta ao site político Conservative Home. Ele afirmou que o Reino Unido é um país dividido, mas disse que May é "um líder política que entende isso".
May convocou a eleição em abril em uma tentativa de fortalecer sua posição antes das negociações com a União Europeia sobre os termos da saída do país do bloco. O diálogo sobre o chamado Brexit está previsto para começar no dia 19. A disputa nas urnas, porém, enfraqueceu a premiê, que precisará se aliar a outra sigla para reaver a maioria absoluta no Parlamento.
O resultado pode levar May a defender uma estratégia mais branda para a separação da UE do que ela esperava. Já autoridades da UE dizem que a incerteza política trazida pelo resultado não afetará o cronograma de dois anos de negociações para a saída do Reino Unido. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na sexta-feira não esperar nenhum atraso nesse diálogo. "Nós temos que permanecer um bom parceiro", disse a líder da Alemanha.
May enfrentou críticas de seu próprio Partido Conservador na sexta-feira. O deputado conservador Nigel Evans afirmou que "nossa campanha foi sequestrada por nós mesmos", em entrevista à rede BBC. "Nós não demos um tiro no pé. Nós demos um tiro em nossa própria cabeça", lamentou.
A premiê também é alvo de críticas pela decisão de buscar uma aliança com o DUP, um partido socialmente conservador em temas como casamento gay e aborto. Líder do Partido Conservador na Escócia, Ruth Davidson disse que exigiu que May garanta que qualquer acordo não afetará os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros.
No fim da sexta-feira, um porta-voz do governo londrino disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, telefonou a May para parabenizá-la pela vitória eleitoral. Os dois lados concordaram em seguir com a cooperação estreita, disse o funcionário. Fonte: Dow Jones Newswires.