Ali Zeidan, primeiro-ministro da Líbia, durante uma entrevista com a Reuters em Trípoli, antes de ser deposto pelo Parlamento (Ismail Zitouny/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2014 às 17h28.
Trípoli - O ex- primeiro-ministro líbio Ali Zeidan fugiu para a Europa depois que o Parlamento o destituiu do cargo na terça-feira por causa de seu fracasso em evitar que grupos rebeldes exportem petróleo por conta própria, em um ousado desafio à frágil unidade da nação.
Zeidan permaneceu em Malta por duas horas na terça-feira em uma pequena parada antes de ir para "outro país europeu", segundo declarou o novo primeiro-ministro, Joseph Muscat, à televisão estatal TVM.
Fontes do governo em Malta disseram que ele havia partido em um avião particular com destino à Alemanha, mas as autoridades alemãs não puderam confirmar se ele havia desembarcado no país.
O impasse sobre o controle das exportações de petróleo permeia disputas regionais e tribais na Líbia, onde milícias rivais com poderosa base de apoio no leste e no oeste apoiam facções políticas opostas no governo de transição.
As potências ocidentais que apoiaram a campanha da Otan em auxílio da rebelião anti-Muammar Gaddafi, temem que o país, Estado-membro da Opep, possa mergulhar numa maior instabilidade ou até mesmo se fragmentar, com grupos rivais reivindicando o poder e o controle de vastas reservas de petróleo .
O Parlamento destituiu o premiê depois que os rebeldes que controlam três portos importantes no leste desobedeceram as ordens do governo e carregaram um navio-tanque de bandeira norte-coreana com petróleo no porto Es Sider, como parte de seus esforços para criar um Estado federal na região oriental da Líbia.