Boris Johnson: primeiro-ministro britânico conseguiu a aprovação do parlamento para antecipar as eleições gerais, que devem ocorrer em 12 de dezembro (Jean Catuffe/Getty Images)
Reuters
Publicado em 21 de outubro de 2019 às 06h58.
Última atualização em 21 de outubro de 2019 às 08h54.
Londres — O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, tentará submeter o acordo fechado com a União Europeia para a saída do Reino Unido do bloco mais uma vez a uma votação no Parlamento nesta segunda-feira, depois de ser forçado por oponentes a enviar uma carta ao bloco pedindo um adiamento.
Faltando somente 10 dias para a desfiliação, agendada para 31 de outubro, a ruptura voltou a ficar em xeque, já que a classe política britânica discute se o país deve sair com um acordo, sair sem um acordo ou convocar outro referendo.
Embora Johnson tenha firmado um pacto em conversas exaustivas com autoridades da UE na semana passada, não era certo que o presidente da Câmara dos Comuns permitiria uma votação do acordo nesta segunda-feira.
No sábado, Johnson foi emboscado por oponentes no Parlamento que exigiram uma mudança no andamento da ratificação do pacto, sujeitando o premiê a uma lei que o obriga a pedir um adiamento até 31 de janeiro.
Em uma reviravolta que ilustra até que ponto o Brexit esgarçou as normas da estatística britânica, Johnson enviou a nota à UE sem assiná-la -- e acrescentou outra carta assinada argumentando contra o que qualificou como uma prorrogação profundamente corrosiva.
"Um novo adiamento prejudicaria os interesses do Reino Unido e de nossos parceiros da UE, e o relacionamento entre nós", disse Johnson em sua própria carta, assinada "Boris Johnson".
O bloco ainda não deu uma resposta clara.
No domingo, o governo britânico insistiu que o país deixará a UE no dia 31 de outubro, e planeja submeter o acordo a uma votação no Parlamento ainda nesta segunda-feira, embora não esteja claro se o presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, a permitirá.
Bercow fará um pronunciamento a respeito dos procedimentos pouco após a abertura do Parlamento, às 13h30 locais.
Se Bercow, que no sábado disse ter sido pego de surpresa pela proposta de debate do governo, não a liberar, Londres terá que tentar levar adiante a legislação necessária para ratificar o acordo de Johnson.
Mas este é um caminho que expõe o premiê a tentativas da oposição de minar o pacto.
Do ponto de vista do bloco, as opções de adiamento vão de somente um mês adicional, até o final de novembro, até um semestre ou mais.