Theresa May: saída poderia atrasar a Brexit (Parbul TV/Handout via Reuters TV/Reuters)
Mariana Desidério
Publicado em 18 de novembro de 2018 às 16h05.
LONDRES - A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse neste domingo que sua saída poderia atrasar a Brexit e que ela não deixaria questionamentos sobre sua liderança distraí-la em uma semana crítica de negociações.
Desde que revelou o esboço de um acordo de separação da União Europeia na quarta-feira, a premiê vive uma crise pela renúncia de vários ministros, incluindo seu ministro da Brexit, e com alguns parlamentares de seu próprio partido tentando tirá-la do cargo.
Para acionar um voto de confiança, 48 de seus parlamentares do Partido Conservador devem enviar uma carta ao presidente do chamado comitê de 1922, Graham Brady.
Mais de 20 parlamentares disseram publicamente que enviaram uma carta, mas outros devem tê-lo feito confidencialmente. Brady disse à Rádio BBC no domingo que o limite de 48 ainda não foi atingido.
"Os próximos sete dias serão críticos, eles são sobre o futuro deste país", disse May à Sky News. "Eu não vou me distrair do trabalho importante."
"Uma mudança de liderança neste momento não vai facilitar as negociações ... o que vai fazer é significar que há um risco de que realmente atrasemos as negociações e que é um risco que a Brexit seja atrasada ou frustrada."
May disse que as equipes de negociação estavam trabalhando "enquanto falamos" e pretendia ir a Bruxelas e se encontrar com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Ela disse que também falaria com outros líderes da UE antes de uma cúpula do bloco para discutir o acordo em 25 de novembro.
Vários jornais britânicos informaram que cinco ministros seniores pró-Brexit estavam trabalhando juntos para pressionar May a mudar o acordo, mas escrevendo no jornal Sun no domingo, ela disse que não via nenhum plano alternativo na mesa.