O premiê australiano Tony Abbott e sua mulher Margie levam flores em homenagem às vítimas do sequestro em Sydney (REUTERS/David Gray)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 05h42.
Sydney - O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, afirmou nesta terça-feira que o sequestro ontem de 17 reféns em uma cafeteria de Sydney, onde morreram três pessoas, dois civis e o sequestrador, foi um ato de "terrorismo", mas que seria "errado" vinculá-lo a grupos extremistas.
Em entrevista coletiva, Abbott disse que o sequestrador, identificado como Man Haron Monis, era um "doente mental com um longo histórico de delitos" e condenou o uso do grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI) em referência ao incidente.
Katrina Dawson, uma advogada australiana de 38 anos e mãe de três crianças, e seu compatriota Tori Johnson, de 34 e gerente do estabelecimento atacado, morreram durante o incidente, assim como o sequestrador.
Após 17 horas de sequestro, a polícia invadiu o local, supostamente após ouvir disparos, e abateu o sequestrador. No entanto, até o momento, as autoridades não ofereceram detalhes do ocorrido no interior da "Lindt Chocolate Café".
As autoridades informaram que outras seis pessoas, cinco mulheres que eram mantidas como reféns no local e um agente, ficaram feridos durante a operação, mas se encontram em situação estável.
O primeiro-ministro enalteceu a coragem das "pessoas decentes e inocentes" que foram tomadas como reféns durante "a fantasia doente de um indivíduo profundamente perturbado".
"Não somos imunes à violência com motivações políticas que rondou outros países", frisou o chefe do Executivo australiano.
Abbott exaltou a atuação "profissional" da polícia e relatou que manteve contato com o agente ferido durante a intervenção.
"A Austrália sempre será uma nação livre, aberta e generosa, que vai abrir seu coração para todas as comunidades, sem exceção", garantiu o premiê.
As autoridades mantêm isolada a área no coração financeiro de Sydney onde aconteceu o fato, enquanto prosseguem as investigações na cena do crime.
O primeiro-ministro disse que levará algum tempo para esclarecer exatamente o que aconteceu na cafeteria.
O sequestrador era um radical iraniano que chegou à Austrália em 1996, quando lhe foi concedido asilo político. Mudou seu nome, Manteghi Bourjerdi, pelo de Man Haron Monis e adotou o título de xeque Haron.
Nos últimos anos, Monis protagonizou vários protestos contra a intervenção militar da Austrália no Afeganistão, além de ter contas pendentes com a Justiça por violência e assédio sexual, entre outras acusações.