Técnicos durante inspeção em Fukushima: novo vazamento de água contaminada foi detectado hoje na usina (Kyodo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2013 às 10h23.
Tóquio - A prefeitura de Fukushima (Japão), onde se localiza a usina nuclear que sofreu um acidente após um terremoto e um tsunami em 2011, irá analisar por conta própria o impacto dos vazamentos radioativos da central.
Um novo vazamento de água contaminada foi detectado hoje na usina. Funcionários da prefeitura realizaram nesta quinta-feira uma reunião de emergência depois que a operadora da central, a Tokyo Electric Power (Tepco), informou que 430 litros de água contaminada vazaram de outro tanque de armazenamento e que uma parte provavelmente foi parar no mar em frente à usina.
Durante o encontro, um funcionário responsável pela política nuclear anunciou que a prefeitura tentará começar a medir a radiação a partir de amanhã, segundo a emissora "NHK".
A Tepco já faz uma análise de água perto da usina, enquanto a Autoridade de Regulação Nuclear (NRA) do Japão anunciou em setembro que realizaria um estudo no fundo do leito marinho em 60 mil pontos situados até a 50 quilômetros da central. Os resultados desta análise será divulgado no ano que vem.
Durante a reunião de hoje, o governador da província de Fukushima, Yuhei Sato, lembrou que o vazamento ocorreu pouco depois do presidente da Tepco, Naomi Hirose, assegurar que a gestão de água contaminada seria a principal prioridade da operadora.
Sato disse que agora dúvida da honestidade de Hirose e criticou duramente a Tepco. Além dos vazamentos detectados nos tanques de armazenamento, que servem para guardar a água usada para esfriar os reatores, estima-se que 300 toneladas de líquido radioativo acumulado no subsolo da usina escapem diariamente para o oceano.
Este acúmulo é a soma da água do sistema de refrigeração, que vaza para os porões da usina, e dos canais subterrâneos, que entram pelas instalações da central devido aos danos estruturais provocados pelo terremoto e o tsunami.
Para poder resolver o problema da grande quantidade de água acumulada na central, a operadora reiniciou nesta semana os testes de um novo sistema para eliminar grande parte dos materiais radioativos.