Sadiq Khan: o prefeito criticou as honras com que Trump será recebido amanhã no país (Hannah McKay/Reuters)
EFE
Publicado em 2 de junho de 2019 às 12h02.
Londres — O prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, comparou neste domingo (02) a linguagem que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utiliza para mobilizar seus seguidores com a dos "fascistas do século XX".
Khan fez esta comparação em um artigo no jornal "The Observer", um dia antes do começo da primeira visita de Estado de Trump ao Reino Unido.
O prefeito criticou as honras com que Trump será recebido amanhã no país, onde se reunirá com a rainha Elizabeth II e com a primeira-ministra, a conservadora Theresa May.
"O presidente Donald Trump é um dos exemplos mais notórios da crescente ameaça global. A extrema-direita está se expandindo no mundo todo, ameaçando nossos direitos e liberdades tão duramente conquistados e os valores que definiram as sociedades liberais, democráticas durante mais de 70 anos", escreveu Khan.
"Viktor Orbán na Hungria, Matteo Salvini na Itália, Marine Le Pen na França e Nigel Farage aqui no Reino Unido estão utilizando — disse — a mesma retórica divisória dos fascistas do século XX para angariar apoio, mas com novos métodos sinistros para enviar sua mensagem. E estão ganhando terreno, poder e influência em lugares onde há alguns anos isso seria inimaginável".
O prefeito também criticou Trump por manifestar seu apoio na eleição interna do Partido Conservador ao ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson, favorito para suceder May como líder conservadora e primeira-ministra.
Em entrevista ao jornal "The Sunday Times" neste fim de semana, o presidente americano afirmou que o Reino Unido deveria estar preparado para sair da União Europeia (UE) sem acordo e incorporar o político antieuropeu e anti-imigração Nigel Farage nas negociações do "Brexit".
Trump terá na próxima terça-feira uma reunião com May, dias antes de a premiê apresentar sua renúncia - em 7 de junho - como líder "tory", embora vá continuar interinamente no cargo até a escolha de seu sucessor, prevista para meados de julho.