A Petrobras terá que recorrer lá fora a um petróleo mais leve, diferente do que extrai em seus campos, para conseguir produzir o volume crescente de gasolina (Bruno Veiga/Divulgação/EXAME)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2012 às 13h53.
Rio de Janeiro - Os bombardeios no Oriente Médio deverão ser um fator de pressão sobre o preço do petróleo. No Brasil, o conflito entre Hamas e Israel, que já atingem Tel-Aviv e Jerusalém, deverá pesar no caixa da Petrobras. A estatal importa petróleo e derivados a preços superiores aos que pratica no mercado interno e ainda está à espera de um reajuste que aproxime os preços do diesel e da gasolina do padrão internacional.
De janeiro a setembro deste ano, a diferença entre os valores que a estatal paga pelos produtos no exterior e os de venda internamente é de R$ 14,6 bilhões - R$ 11,1 bilhões, para o óleo diesel, e R$ 3,5 bilhões, para a gasolina -, pelos cálculos do Centro Brasileiro de InfraEstrutura (CBIE).
"Qualquer conflito no Oriente Médio e ameaça de envolvimento no Irã, este sim um importante produtor de petróleo, tem efeito sobre a commodity. Por enquanto, não houve oscilação. Até porque, o ataque maior foi ontem (15). Mas temos que ficar de olho no que acontecerá na próxima semana", destacou o diretor do CBIE, Adriano Pires.
Além do conflito em Israel, o feriado nos Estados Unidos, da próxima quinta-feira (22) até domingo (25), deverá ser mais um fator a contribuir para a alta dos preços do petróleo e dos derivados. "Em feriados, os americanos viajam mais de carro, o que contribui para aumentar os preços. Devemos ter uma semana de altas", acrescentou.
No Brasil, a expectativa é que a Petrobras tenha que adquirir mais gasolina e óleo diesel nesta fase de fim de ano. Além disso, terá que recorrer lá fora a um petróleo mais leve, diferente do que extrai em seus campos, para conseguir produzir o volume crescente de gasolina consumido internamente. O petróleo leve é o insumo ideal para a produção de gasolina e diesel de acordo com as características técnicas das refinarias da estatal.
A Petrobras admite trabalhar pelo reajuste de preços. Em Nova York, o diretor Financeiro da empresa, Almir Barbassa, declarou nesta quinta-feira (15) que está em discussão com o governo um reajuste dos preços dos combustíveis para equipará-los aos patamares internacionais. "(O preço) nunca esteve (tão abaixo dos níveis internacionais) como está agora", disse logo após participar de palestras a investidores estrangeiros em um evento promovido pelo Bradesco BBI.