Mundo

Pragmática, Tzipi Livni será Israel nas negociações de paz

Atual ministra da Justiça de Israel é responsável pelas negociações com os palestinos na coalizão formada por Benjamin Netanyahu

Ministro da Justiça de Israel, Tzipi Livni conversa com jornalista no hall de entrada das Nações Unidas, em Nova York (Carlo Allegri/Reuters)

Ministro da Justiça de Israel, Tzipi Livni conversa com jornalista no hall de entrada das Nações Unidas, em Nova York (Carlo Allegri/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2013 às 23h29.

Redação Central - Tzipi Livni, atual ministra da Justiça de Israel e responsável pelas negociações com os palestinos na coalizão formada por Benjamin Netanyahu, já foi ministra de diferentes pastas nos governos de Ariel Sharon e de Ehud Olmert.

Com ampla experiência institucional, passou pelos ministérios de Agricultura e Desenvolvimento, Imigração, Moradia, e Justiça no Executivo liderado por Ariel Sharon (2001-2005) e depois com Ehud Olmert (2006-2009), assumiu a diplomacia israelense desde o início do mandato do ex-premiê.

Tzipi negociou em agosto de 2006 com o então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o fim das hostilidades entre Israel e a guerrilha libanesa Hezbollah, após a resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. E se reuniu várias vezes com a então secretária de Estado americana Condoleezza Rice, a maior parte em Jerusalém, com quem buscou reativar o processo de paz com os palestinos, paralisado desde 2000.

Advogada de formação e mãe de dois filhos, Tzipi fez parte da Mossad, serviço de espionagem israelense entre 1980 e 1984. Em 1999 assumiu seu primeiro cargo público, eleita pela primeira vez deputada do Knesset, quando trabalhou nos Comitês de Justiça e Leis e do Desenvolvimento da Mulher.

Tzipi acompanhou Sharon e Olmert quando os líderes deixaram o Likud e fundaram o partido Kadima em novembro de 2005. Pouco depois, Sharon teve um acidente vascular cerebral que o deixou em estado vegetativo. A carreira da negociadora acumulou, após as eleições de março de 2006, vencidas pelo Kadima, os cargos de Ministra da Justiça e das Relações Exteriores, se tornando a número três do partido.

Tzipi se define como uma direitista pragmática. Em 2008, depois de denúncias de corrupção, foi escolhida presidente do partido e convidada por Shimon Peres a assumir o cargo de primeira ministra. Mas ela não conseguiu montar um governo de coalizão e as eleições gerais em Israel foram antecipadas para o ano seguinte. Este é considerado o maior erro de sua carreira política.

Quatro anos à frente da oposição desgastaram sua imagem política. Em março de 2012 perdeu a liderança do Kadima e abandonou a política. Meses depois, diante da convocação de eleições antecipadas, criou um novo partido de corte liberal, Hatnuah, com o qual conseguiu seis cadeiras nas eleições de 2013.

Em março do ano seguinte assumiu o Ministério da Justiça no governo de coalizão liderado por seu rival Netanyahu, com a condição de que também fosse responsável pelas negociações de paz com os palestinos.

Em círculos próximos ao primeiro-ministro lembram que Tzini é muito centralizadora, e que costuma tomar decisões baseada exclusivamente na própria opinião. A presença em Washington do advogado Yitzhak Molho, homem de confiança do premiê, está destinada a impedir qualquer iniciativa individual por parte dela.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseDiplomaciaIsrael

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA