Reator da usina nuclear de Bushehr, no sul do Irã: "Irã tem o direito de utilizar a tecnologia nuclear para uso civil, mas a bomba atômica não", disse ministro (Majid Asgaripour/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2013 às 12h03.
Paris - O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, disse que a França espera chegar a um acordo com o Irã em relação ao programa nuclear de Teerã durante o a reunião do grupo 5 +1, em Genebra. Fabius afirmou que o acordo é possível, mas sobre as bases certas.
"Um acordo destes não é possível se não for feito com bases sólidas", declarou. "Até o momento os iranianos não consideram aceitar a posição do 5+1, mas espero realmente que acabem por aceitá-la", acrescentou. "O Irã tem o direito de utilizar a tecnologia nuclear para uso civil, mas a bomba atômica não, esta é a posição que todos nós defendemos", insistiu o ministro, recordando a plataforma apresentada em Genebra na 5+1.
Por sua vez, o número dois da delegação iraniana em Genebra, Abbas Araghci, disse que, sem um pleno restabelecimento da confiança nas potências do 5+1, Teerã não negociará um acordo. O chamado grupo 5+1 é composto pelos Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e a Alemanha.
Ontem, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, declarou em discurso em Teerã que o país não irá ceder nem mesmo "uma vírgula" em relação aos seus direitos nucleares". O aiatolá também aproveitou para criticar Israel, país que chamou de "cão raivoso" e que está fadado a desaparecer. "É um regime imposto a força, e nenhum fenômeno histórico criado com o uso da força pode durar", salientou.
Em resposta, o porta-voz do governo francês, Najat Vallaud-Belkacem, disse que as palavras do aiatolá são "inaceitáveis e complicam as negociações" com as potências mundiais. No início de novembro, o grupo 5+1 e o Irã se reuniram, mas não chegaram a um acordo. Na ocasião, o presidente iraniano, Hassan Rohani, declarou no Parlamento de Teerã que seu governo não vai abaixar a cabeça diante de qualquer ameaça ou sanção. "A República Islâmica do Irã nunca se curvou e nem vai se curvar a nenhum poder. Dissemos nas negociações que pressões e humilhações não terão efeito", disse o mandatário, segundo a agência oficial Isna.