Mundo

Portugal usará fundos de previdência bancária para diminuir déficit

Governo acredita que medida será suficiente para reduzir o déficit para os patamares exigidos por União Europeia e FMI

A medida vai gerar uma renda de 6 bilhões de euros para o governo (Marcel Salim/EXAME.com)

A medida vai gerar uma renda de 6 bilhões de euros para o governo (Marcel Salim/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2011 às 17h18.

Lisboa - A transferência de fundos de previdência dos bancos portugueses ao Estado ingressará uma renda de cerca de 6 bilhões de euros, quantidade que contribuirá para que o país cumpra com a meta de redução do déficit público neste ano.

A informação foi divulgada através do secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, que compareceu perante a imprensa depois que o Conselho de Ministros aprovou o acordo alcançado na quarta-feira passada com as entidades financeiras.

Com esta operação, Portugal acredita diminuir o déficit público de 9,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 para 5,9% em 2011, como pedem a União Eurepeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de que o país continue recebendo um empréstimo de 78 bilhões de euros.

Segundo Rosalino, um total de 15 instituições de crédito portuguesas participará desta transferência ao Estado, que assumirá a responsabilidade sobre a previdência de 27 mil pessoas.

Este pacto beneficiará em parte também às entidades financeiras, já que o Executivo conservador luso destinará a metade da quantidade recebida, em torno de 3 bilhões de euros, ao pagamento das dívidas das Administrações Públicas com os bancos.

Analistas consideraram nesta sexta-feira que esta transferência pode contribuir para melhorar a liquidez dos bancos e conseguir que estes, por sua vez, aumentem a concessão de créditos para favorecer o crescimento da economia local, que está imersa na pior crise das últimas décadas.

No entanto, a medida poderá prejudicar os resultados destas entidades financeiras em termos de rentabilidade e solvência, como expôs perante o Parlamento nesta mesma semana o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), António de Sousa.

Por isso, especula-se que vários bancos acabem por recorrer a fundos públicos para conseguir cumprir os requisitos das autoridades europeias.

Nesta sexta-feira, os responsáveis do Banco Comercial Português (BCP) e do Banco Português de Investimentos (BIS) já admitiram esta opção em outubro, enquanto o Banco Espírito Santo (BES) reafirmou sua intenção de não utilizar capital público.

O resgate financeiro concedido pela UE e pelo FMI a Portugal em 2011 reserva 12 bilhões dos 78 bilhões de euros emprestados às possíveis necessidades de recapitalização de seus bancos. 

Acompanhe tudo sobre:Déficit públicoEndividamento de paísesEuropaPiigsPortugal

Mais de Mundo

Colômbia impõe tarifas aos EUA após Trump sancionar país por rejeitar aviões com deportados

Rússia anuncia captura da cidade de Velyka Novosilka, no Leste da Ucrânia

Petro oferece o avião presidencial para retorno de migrantes dos EUA e convoca a Celac

Trump ordena impor tarifas de 25% à Colômbia por rejeitar dois voos de deportação