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Portugal: governo e oposição não chegam a acordo sobre resgate

Oposição quer que governo apresente mais detalhes sobre a economia do país

Apesar dos apelos da UE, o primeiro-ministro interino José Sócrates não chegou a um acordo com a oposição (WIKIMEDIA COMMONS)

Apesar dos apelos da UE, o primeiro-ministro interino José Sócrates não chegou a um acordo com a oposição (WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2011 às 14h40.

Lisboa - As reuniões entre o Governo português e a oposição evidenciaram nesta quarta-feira que as diferenças se mantêm, apesar dos pedidos da União Europeia (UE) à unidade, e não chegaram a um consenso sobre como negociar o resgate financeiro.

O primeiro-ministro interino, o socialista José Sócrates, manteve nesta quarta-feira encontros separados com os representantes de todos os grupos parlamentares, entre eles o líder da oposição, o conservador Pedro Passos Coelho.

O presidente do Partido Social Democrata (PSD, centro-direita) divulgou suas dúvidas sobre os números econômicos publicadas pelo Executivo.

Além disso, exigiu a Sócrates que tenha acesso a todos os relatórios técnicos elaborados pela missão conjunta enviada por Comissão Europeia (órgão executivo da UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) a Lisboa para avaliar o estado das contas do país.

A desconfiança sobre os dados do Governo e o temor de que a verdadeira situação econômica pela qual Portugal passa seja pior do que o anunciado também foram compartilhados pelos marxistas do Bloco de Esquerda, quarta força do Parlamento, que solicitaram uma auditoria da dívida pública.

A atitude da oposição ao semear novas dúvidas sobre os números econômicos oficiais foi duramente criticada pelo ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, que será o interlocutor do Executivo com a oposição nas conversas sobre o resgate.

"Ver os partidos colocarem em dúvida publicamente a transparência das contas públicas portuguesas sem nenhum fundamento não é a melhor contribuição para que possa prevalecer o interesse nacional na negociação", denunciou.

As divergências entre os principais atores políticos do país levaram o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, a advertir de Bruxelas que a situação é "delicada e extremamente urgente" e a pedir aos partidos que atuem "com senso de responsabilidade".

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