A missão é composta por Comissão Europeia, BCE e FMI (Marcel Salim/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2011 às 17h27.
Lisboa - Uma missão da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciou nesta segunda-feira o segundo exame financeiro de Portugal, de forma 'mais detalhada' que o realizado em agosto, informaram fontes comunitárias à Agência Efe.
Portugal depende da aprovação desta avaliação, que será feita durante duas semanas, para receber o próximo lance do empréstimo de 78 bilhões de euros, concedido pelos três organismos em maio até o final de 2013.
De acordo com porta-vozes da Comissão, uma quantidade maior de técnicos está envolvida com esta avaliação, e devem afrontar uma tarefa 'um pouco mais complicada' do que a avaliação anterior. A inspeção deve ser mais detalhada devido ao grande número de departamentos pendentes de exame.
A missão encontrará uma revisão do déficit português de 2010 para cima, de 9,1% a 9,8%, devido ao impacto de desvios financeiros superiores a 1 bilhão de euros detectados em setembro na região autônoma da Madeira. Lisboa se comprometeu a fechar com déficit de 5,9% este ano e de 4,6% o ano seguinte.
Os técnicos começam seus trabalhos uma semana depois que o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, reconheceu que aspira condições 'mais flexíveis' para executar o programa de assistência, embora não signifique 'necessariamente' receber mais dinheiro ou renegociar o plano.
O líder conservador considera que os fundos aprovados pela missão asseguram o financiamento do Estado, mas não da economia portuguesa, que em 2012 sofrerá uma recessão prevista acima de 2,2% do Produto Interno Bruto.
Sobre uma possível negociação, estas mesmas fontes comentaram que a atual missão realiza um trabalho meramente técnico. Outro assunto pendente será a necessidade do setor bancário português de aumentar seu capital e reduzir os efeitos do endividamento financeiro, como advertiu a missão em sua avaliação de agosto.
Os principais bancos portugueses registraram uma queda dos lucros nos primeiros nove meses deste ano de entre 30% e 88% derivada em parte da exposição à dívida soberana grega e do reforço dos índices de solvência exigidos pelas autoridades comunitárias.
No comando das delegações estão Paul Thomsen, como representante do FMI, Rasmus Ruffer, chefe da missão do BCE, e Jürgen Kroger, representante da Comissão Europeia.
O Governo português mostrou confiança em superar pela segunda vez a avaliação após apresentar profundos cortes de despesas do setor público e um aumento generalizado de impostos que pretende aprovar no final deste mês. EFE