Huawei: sob o discurso da segurança nacional, Trump pressionou aliados como a não comprarem dispositivos para criação da rede 5G da Huawei (Aly Song/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de janeiro de 2021 às 18h07.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, fez críticas nesta quarta-feira (27) à Huawei, empresa chinesa que é líder global em equipamentos para instalação de rede 5G. "Huawei e outros fornecedores não confiáveis são uma ameaça à segurança. Nós e nossos aliados vamos investir em equipamentos de telecomunicações de confiança", declarou, em coletiva de imprensa.
A fala inaugura as críticas do governo de Joe Biden à giant tech chinesa, muito comuns na gestão do ex-presidente Donald Trump, e dá força a teses de analistas de que a postura democrata frente à China, ao menos na questão do 5G, será semelhante à postura adotada na mais recente administração republicana.
Sob o discurso da segurança nacional, Trump pressionou aliados como a não comprarem dispositivos para criação da rede 5G da Huawei, o que abriria espaço para empresas americanas do setor. Reino Unido e Índia chegaram a ceder à pressão de Washington, mas o Brasil não bateu o martelo sobre a questão até o momento.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast em 15 de janeiro, o vice-presidente Hamilton Mourão, embora sem citar a Huawei, afirmou que empresas que respeitarem soberania e privacidade não serão banidas das negociações, sinalizando que o governo Jair Bolsonaro não pretende barrar a gigante chinesa do leilão do 5G no País.
Psaki aproveitou a coletiva de imprensa nesta tarde para reiterar que as tratativas do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão proposto por Biden estão avançando no Congresso. Ela também se mostrou confiante de que Pfizer e AstraZeneca devem entregar as doses de vacinas contra a covid-19 contratadas pelo governo americano dentro do prazo. O assunto ganhou relevância diante da dificuldade manifestada AstraZeneca em entregar à União Europeia o contingente sem atrasar o cronograma, gerando tensões junto às lideranças do bloco.