Poroshenko, presidente da Ucrânia: para ele, a Ucrânia não está preparada para ingressar na Otan, mas lembrou que as portas do bloco ocidental "estão abertas para a Ucrânia desde 2008" (Valentyn Ogirenko/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2015 às 13h51.
Kiev - O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, se encontraram nesta segunda-feira na Ucrânia, e coincidiram que a entrada do país na Aliança é prematura.
"A Ucrânia está agora concentrada nas reformas, na modernização de suas Forças Armadas. Quando completar as reformas, poderá decidir se quer apresentar uma solicitação para sua entrada na Otan", disse Stoltenberg durante uma entrevista coletiva conjunta na cidade ucraniana de Lviv, no oeste do país.
Stoltenberg, que iniciou hoje sua primeira visita a Ucrânia desde que assumiu o cargo, garantiu que, se finalmente Ucrânia decidir pedir seu ingresso na Otan, "a solicitação será examinada como em outros casos".
Para Poroshenko, a Ucrânia não está preparada para ingressar na Aliança Atlântica, mas lembrou que as portas do bloco ocidental "estão abertas para a Ucrânia desde 2008".
"A resposta é muito simples: não. Devemos nos preparar para isso. A Otan está preparada para ter a Ucrânia como membro? A resposta será a mesma, não", ressaltou.
Contudo, insistiu na importância de transformar a Ucrânia em todos os âmbitos para aplanar o caminho para sua entrada na União Europeia.
Stoltenberg garantiu hoje que nenhum país aliado reconhecerá as eleições locais que os separatistas pró-Rússia convocaram nas zonas sob seu controle, em Donetsk em 18 de outubro e em Lugansk em 1º de novembro.
"Qualquer eleição que for realizada no leste da Ucrânia que não cumprir a legislação ucraniana significará uma violação dos acordos (de paz) de Minsk, serão considerados falsas e não serão reconhecidas por nenhum país membro da Aliança", ressaltou.
Elçe voltou a acusar a Rússia de "violar a integridade territorial e a soberania da Ucrânia, e minar a ordem mundial" com suas ações na Crimeia e no leste da Ucrânia.
"Isto é um desafio para todos aqueles que defendem o desenvolvimento estável da Europa. Por isso, nós apoiamos ativa e categoricamente a Ucrânia e insistimos na necessidade de respeitar e cumprir os acordos de Minsk", apontou.
Apesar disto, Ucrânia, Otan e Rússia elogiaram o fato de as forças governamentais e as milícias pró-russas respeitarem desde o final de agosto uma nova trégua no leste do país.