Previsão inclui ventos de 140 km/h com chuvas e tempestades de areia mais fortes que Katrina (Getty Images)
Vanessa Barbosa
Publicado em 29 de outubro de 2012 às 19h37.
São Paulo – Os Estados Unidos estão em alerta vermelho com a chegada de Sandy. Motivos não faltam. Mais do que ser apenas uma entre as incontáveis tempestades que anualmente marcam a temporada de furacões do país – que começou em junho e vai até 30 de novembro – o ciclone Sandy pode se transformar na pior tempestade dos últimos 100 anos dos Estados Unidos.
De acordo com os meteorologistas americanos, a eventual combinação de duas fortes massas, uma de ar quente, do próprio ciclone, e outra fria, que se aproxima pelo norte na forma de uma tempestade de inverno, guarda um potencial de destruição fora do comum.
As previsões nefastas incluem ventos a uma velocidade de 140 km/h, com chuvas e tempestades de areia mais carregadas que Katrina - o furacão que atingiu o país, deixando para trás milhares de mortos, mais de 100 bilhões de dólares em prejuízo para economia, além de uma cidade mergulhada no caos e dor, Nova Orleans, comovendo o mundo em 2005.
Do ponto de vista teórico, Sandy pode parecer inofensivo, comparado a outros ciclones. A tempestade que chegou a ser rebatizada de “Frankenstorm”, pela proximidade com a comemoração do Halloween, o Dia das Bruxas americano, recebeu, até o momento, a classificação de nível 2,6 de força, numa escala que vai até 6.
Mas nem de longe isso deve ser sinônimo de pegadinha. A grande ameaça reside nos estragos que as tempestades trazidas pelo furacão poderão causar nas regiões costeiras. Segundo o NOAA, há risco de ocorrerem tempestades de areia de nível 5,7 (em uma escala que vai até 6), maior do que qualquer furacão já provocou entre 1969 e 2005, incluindo o nefasto Katrina.
Cerca de 60 milhões de pessoas, que vivem nessas regiões, estão na rota do furacão. Moradores que passaram o domingo inteiro protegendo suas casas e lojas com paineis de madeiras na tentativa de minimizar os danos, enquanto outros atendendendo às ordens de evacuação foram buscar abrigo em casas de parentes em cidades fora de risco (Veja 11 efeitos radicais que Sandy já causa nos EUA).
Conta salgada
Além da potencial ameaça à vida e à segurança da população, os economistas já estão prevendo que a tempestade vai causar mais de US$ 55 bilhões em prejuízos econômicos, destaca a Forbes. Para as seguradores, o cenário é preocupante. Analistas do Banco Cantonal de Zurique (ZKB) se adiantaram nas primeiras previsões do prejuízo potencial que o furacão Sandy pode provocar nas contas das companhias de seguro. Para a Swiss Re, a segunda maior companhia resseguradora do mundo, os analistas projetam prejuízos superiores aos causados por Katrina.