Empresas privadas devem liderar corrida para Marte ao lado do governo americano (Derek Berwin/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 28 de maio de 2024 às 17h30.
A ideia de vida em Marte tem fascinado a humanidade por décadas, e a compreensão sobre o planeta evoluiu significativamente ao longo do tempo. Nos primeiros planos dos EUA, imaginava-se que os humanos poderiam chegar ao Planeta Vermelho na década de 1980. No entanto, desafios tecnológicos e financeiros têm frustrado as esperanças de voos tripulados ao longo dos anos. Uma reportagem da Business Insider mostrou os problemas de projeto e os altos custos para nos levar à Marte.
Recentemente, a NASA anunciou o financiamento de um foguete revolucionário de alto empuxo chamado "Pulsed Plasma Rocket" (PPR), que poderia reduzir o tempo de viagem para Marte a apenas dois meses. Esse avanço seria sete meses mais rápido do que a tecnologia atual, diminuindo drasticamente os riscos e custos de uma missão tripulada a Marte. A NASA afirmou que o PPR "tem o potencial de revolucionar a exploração espacial".
Apesar dos desenvolvimentos promissores, a missão tripulada para Marte enfrenta obstáculos políticos significativos. "Colocar humanos em Marte sempre parece estar a 20 anos de distância", disse Matthew Shindell, curador do Museu Nacional do Ar e do Espaço, ao Business Insider. A mudança constante no cenário político torna a realização dessas missões um desafio contínuo.
Desde a década de 1940, os EUA têm investido tempo e dinheiro em propostas para missões tripuladas a Marte. Nos anos 1960, por exemplo, foram propostos foguetes movidos por bombas nucleares para a viagem. Wernher von Braun, um dos pioneiros do programa espacial dos EUA, detalhou um plano para enviar humanos a Marte em 1985 com 10 espaçonaves e 70 tripulantes.
Nos anos 1980, o Presidente Ronald Reagan vislumbrou viagens tripuladas a Marte, mas o desastre do Ônibus Espacial Challenger em 1986 fez a NASA reconsiderar o uso de veículos de lançamento caros e arriscados. Na década de 1990, o engenheiro aeroespacial Robert Zubrin formou a Mars Society, um grupo de defesa que pressionava pela exploração do planeta e pela eventual criação de uma colônia humana lá.
O Programa Constellation, anunciado pelo Presidente George W. Bush em 2004, tinha como objetivo final levar humanos a Marte, embora sem uma data específica. Em 2010, o Presidente Barack Obama cancelou o Constellation, mas estabeleceu um cronograma para levar astronautas a Marte até a década de 2030. Durante a década de 2010, empresas privadas de exploração espacial, como SpaceX e Virgin Galactic, começaram a planejar suas próprias missões para Marte.
Em 2017, sob a administração de Donald Trump, a NASA lançou o Programa Artemis, com a missão de retornar humanos à Lua e criar uma estação espacial lunar para estadias prolongadas. Embora o foco inicial seja a Lua, a experiência adquirida com o Artemis ajudará nas futuras missões a Marte. Dayna Ise, líder do Escritório de Campanha para Marte da NASA, afirmou que "você aprende muito indo à Lua, mas aprende ainda mais permanecendo na Lua".
Os desafios para uma missão tripulada a Marte incluem problemas técnicos e de saúde, como proteção contra radiação, gerenciamento de poeira irritante, e desenvolvimento de fontes alimentares sustentáveis. "Estamos construindo uma ecologia dentro de um veículo de trânsito para manter todos vivos e saudáveis", disse Ise.
A NASA espera enviar humanos a Marte até 2040, mas ainda não se sabe se as empresas privadas dos EUA alcançarão Marte primeiro. Apesar de décadas de planejamento e avanços tecnológicos, os desafios técnicos, financeiros e políticos continuam a impedir a realização desse sonho.