Barcelona com nuvem de poluição: a exposição aos outros principais poluentes causou ao redor de 75 mil e 17 mil mortes prematuras (AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2015 às 09h35.
Copenhague - A poluição do ar provocou 432 mil mortes prematuras na União Europeia (UE) em 2013, nível similar ao de anos anteriores, indicou um relatório da Agência Europeia do Meio Ambiente (AEMA) divulgado nesta segunda-feira.
A poluição atmosférica, o principal risco de saúde ambiental na Europa, reduz a esperança de vida e contribui para o surgimento de doenças cardíacas, respiratórias e de câncer.
Os dados registrados pela AEMA estimam que a exposição aos outros principais poluentes, como o dióxido de nitrogênio (NO2) e o ozônio troposférico (O3) causou ao redor de 75 mil e 17 mil mortes prematuras, respectivamente.
Segundo o estudo, 87% da população urbana esteve exposta a concentrações de partículas ao ar livre com um tamanho inferior a 2,5 mícrons (PM2,5), o que excede os valores fixados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), embora esse número tenha diminuído 9%, atendendo aos padrões da UE.
Seguir as recomendações da OMS implicaria em reduzir em um terço as concentrações de PM2,5, o que salvaria 145 mil vidas, destacou o relatório do organismo, sediado em Copenhague.
A exposição ao ozônio nas cidades continua a níveis muito altos - 98% da população urbana da UE vive acima dos limites da OMS, o que também é o caso das áreas rurais, onde 86% das zonas agrícolas excederam o objetivo marcado.
No caso do dióxido de nitrogênio, que afeta diretamente o sistema respiratório e contribui ainda para a formação de PM e O3, 9% da população urbana estiveram expostas a concentrações superiores aos padrões da OMS e da UE.
Os poluentes do ar têm também um impacto "especialmente prejudicial" à vida vegetal e aos ecossistemas que estão "amplamente estendidos" pela Europa, advertiu a AEMA.
"Apesar das melhoras sustentadas nas décadas recentes, a poluição atmosférica continua a afetar a saúde geral dos europeus, reduzindo sua qualidade e sua esperança de vida", assinalou o diretor-executivo da AEMA, Hans Bruyninckx, em comunicado.
Bruyninckx lembrou também que os poluentes têm um impacto econômico "considerável", por aumentarem os custos médicos e reduzirem a produtividade ao causar licenças médicas.