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Polônia assume presidência da UE em meio à crise da dívida

País mostra entre suas prioridades a defesa europeia, a integração do mercado unido e a abertura em direção ao Leste

Donald Tusk, premiê polonês: país sucede a Hungria na presidência da UE (Sean Gallup/Getty Images)

Donald Tusk, premiê polonês: país sucede a Hungria na presidência da UE (Sean Gallup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2011 às 15h49.

Varsóvia - A Polônia assumirá na sexta-feira a presidência semestral da União Europeia (UE) e sua primeira tarefa será conduzir a crise da dívida na Grécia, que está afetando a solidariedade dos países do bloco.

Para o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, a "Polônia forjou a imagem de ser um país capaz de se converter em um novo motor da União Europeia".

"Hoje em dia a Polônia é considerada um dos raros líderes da União Europeia que procuram promover o ponto de vista europeu em diversos setores", acrescentou diante do Parlamento de seu país.

Sucedendo a Hungria, a Polônia mostra entre suas prioridades a defesa europeia, a integração do mercado unido e a abertura em direção ao Leste.

A Polônia será o quarto país ex-comunista que assume a presidência semestral da UE, depois da República Tcheca em 2009 e da Eslovênia em 2008.

Com 38 milhões de habitantes, é de longe o maior dos países do ex-bloco comunista que se uniu à UE em 2004, quinze anos após a queda do muro de Berlim.

Varsóvia assume esta presidência rotativa, que foi se enfraquecendo sob seus predecessores, em um período crucial para a Europa, com a crise da dívida, os incidentes políticos no mundo árabe e a pressão da imigração sobre o espaço Schengen.

No plano interno, o momento também é importante para o governo liberal polonês, com eleições legislativas previstas para outubro.

Tusk demonstrou sua vontade de reativar a Europa da Defesa, algo importante para este país do Atlântico, membro da Otan, ainda quando Varsóvia rejeitou participar das operações militares na Líbia.


Para apoiar o processo de transição democrática sobretudo na África do Norte, Varsóvia tem a ideia de uma Fundação europeia para a democracia.

Por outro lado, a Polônia, que não forma parte da Eurozona, se encontrará diante da crise grega.

Segundo Tusk, "a questão é saber se queremos salvar a zona do euro e a integridade europeia ou se vamos fazer prevalecer os interesses nacionais egoístas".

Para Varsóvia, o fortalecimento da segurança da Europa passa por uma melhor cooperação no campo da energia.

A Europa central e os países bálticos, ex-repúblicas soviéticas, desejam reduzir suas dependências energéticas diante da Rússia e conectar suas redes energéticas com as da UE.

Por sua vez, Varsóvia defende uma maior integração do mercado único europeu, incluindo o eletrônico.

"É preciso derrubar as barreiras, em particular as relativas ao comércio pela internet", declarou à AFP Konrad Niklewicz, porta-voz da presidência polonesa.

A ampliação da UE e sua abertura em direção ao leste também figuram no programa desta presidência.

"Em várias capitais europeias, a atmosfera não é especialmente entusiasmada para a ampliação da UE, mas a presidência polonesa terá como objetivo garantir o sucesso do tratado de adesão" da Croácia, afirmou Tusk.

Segundo Mikolaj Dowgielewicz, secretário de Estado polonês para os Assuntos Europeus, "um dos acontecimentos mais importantes da presidência polonesa será a cúpula da Associação Oriental no fim de setembro".

Iniciada pela UE em maio de 2009 em Praga, a Associação Oriental aponta para reforçar as relações econômicas e políticas com seis países da ex-União Soviética (Ucrânia, Moldávia, Belarus, Armênia, Arzebaijão, Geórgia).

Mas Varsóvia também precisará lidar com Moscou, que não vê com muita simpatia esta intrusão em sua zona de influência.

Mas, não por isso, a Polônia não se interessa pelo que ocorre ao sul do Mediterrâneo e durante sua presidência terá um embaixador em Benghazi, a capital da rebelião líbia.

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