Prisões na República Dominicana foram as primeiras detenções no país pelo caso envolvendo a propina que a empreiteira brasileira Odebrecht (Guadalupe Pardo/Reuters)
EFE
Publicado em 29 de maio de 2017 às 12h18.
Santo Domingo - Várias pessoas, entre elas um ministro, foram detidas nesta segunda-feira na República Dominicana por seu suposto envolvimento no esquema de propina da construtora Odebrecht no país, confirmou à Agência Efe uma fonte do Ministério Público dominicano.
Entre os detidos figuram o ministro de Indústria e Comércio, Temístocles Montás, de acordo com fontes da sua pasta; bem como o ex-presidente do Senado e atual chefe do Partido Revolucionário Moderno (PRM, principal da oposição) Andrés Bautista, asseguraram à Efe fontes deste grupo político.
Estas são as primeiras detenções no país pelo caso envolvendo a propina que a empreiteira brasileira Odebrecht garante ter pago para obter contratos de licitação de obras de infraestrutura entre 2001 e 2014.
As detenções acontecem depois que o procurador-geral, Jean Alain Rodríguez, informou no último dia 19 que recebeu das autoridades do Brasil os dados sobre as propinas pagas pela construtora no país.
Em abril, um juiz dominicano validou um acordo entre o Ministério Público e a Odebrecht, que deverá pagar US$ 184 milhões, o dobro do que gastou em propina para vencer as licitações de contratos de obras públicas, e revelar os nomes dos beneficiados, em troca de que os seus funcionários não sejam processados no país caribenho.
Outros detidos são o ex-ministro de Obras Públicas, Víctor Díaz Rúa, o ex-deputado Ruddy González e o empresário Ángel Rondón, que segundo o gerente-geral da Odebrecht no país, Marcelo Hofke, foi quem recebeu e distribuiu os US$ 92 milhões que a empresa entregou em propina, disse então o procurador.
Entre os detidos também estão os ex-vice-presidentes-executivos da Corporação Dominicana de Empresas Elétricas Estatais (CDEEE) Radhamés Segura e César Sánchez e o ex-senador e ex-diretor do Instituto Nacional de Águas Potáveis (Inapa) Roberto Rodríguez, segundo a imprensa local.
As ordens de prisão chegam a 14, disse à Efe uma fonte do Ministério Público, que detalhou que o titular deste órgão, Jean Alain Rodríguez, informará nas próximas horas os detalhes do procedimento, que começou na segunda-feira.