Ministra da Integração da Itália, Cecile Kyenge: uma vereadora do partido Liga Norte foi condenado por instigar a violência sexual contra a ministra (Tony Gentile/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2013 às 17h39.
Roma - Uma política italiana que pediu que a primeira ministra negra da Itália fosse estuprada recebeu nesta quarta-feira uma pena de 13 meses de prisão em regime aberto e foi proibida de ocupar cargos públicos por três anos.
Um tribunal de Pádua condenou Dolores Valandro, uma vereadora do partido Liga Norte, por instigar a violência sexual por razões raciais em uma postagem de junho no Facebook sobre a ministra da Integração, Cecile Kyenge, alvo de repetidos insultos raciais.
"Por que alguém não a estupra, assim ela vai entender a experiência da vítima deste crime sangrento? Vergonha!", escreveu Valandro no mês passado, acima de uma foto de Kyenge e de um artigo de um site anti-imigrantes sobre uma tentativa de estupro cometida por um africano.
O partido Liga Norte expulsou Valandro.
A proibição de ocupar cargos públicos não entra em vigor até o julgamento de dois recursos permitidos pela lei italiana, e a sentença de um ano e um mês de prisão em regime aberto significa que Valandro não irá para a cadeia a menos que cometa um novo crime.
Separadamente, promotores de Bergamo abriram um processo contra o senador Roberto Calderoli, também da Liga Norte, por suspeita de difamação com agravo racial por ter dito que Kyenge parecia um orangotango, disseram fontes judiciais nesta quarta-feira.
Kyenge, nascida na República Democrática do Congo e que possui cidadania italiana, tornou-se alvo de acusações racistas desde sua nomeação como a primeira ministra negra da Itália, em abril, o que provocou um debate em um país que luta para se adaptar a um aumento da imigração durante as últimas duas décadas.