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Policial que matou jovem não sabia da suspeita de roubo

Segundo chefe da Polícia, policial que matou Michael Brown não estava ciente da suspeita de roubo de cigarros

Manifestantes erguem os braços durante um protesto pela morte de Michael Brown, em Ferguson (Lucas Jackson/Reuters)

Manifestantes erguem os braços durante um protesto pela morte de Michael Brown, em Ferguson (Lucas Jackson/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 21h27.

Ferguson - Minutos antes de um policial matá-lo a tiros, Michael Brown tinha se tornado suspeito de roubar cigarros em uma loja, de acordo com registros da polícia divulgados nesta sexta-feira após dias de protestos em um subúrbio de St. Louis pela morte do jovem negro desarmado.

Mas o policial que matou Brown não estava ciente do fato, informou o chefe de polícia de Ferguson, Tom Jackson, em coletiva de imprensa.

O policial Darren Wilson, de 28 anos, disparou e matou Michael Brown durante uma discussão depois de pedir a Brown que saísse da rua e subisse na calçada, declarou Jackson.

“Ele estava no meio da rua bloqueando o tráfego. Foi isso”, disse Jackson.

A decisão do departamento de polícia, predominantemente branco, de divulgar o relatório sobre o roubo ocultando detalhes do tiroteio alimentou a revolta que já domina a área de St. Louis.

Após identificar Wilson como o policial envolvido na morte, Jackson o descreveu como um “cavalheiro” que está arrasado com a situação.

A identidade de Wilson vinha sendo mantida em segredo desde o incidente de 9 de agosto, mas as autoridades estavam sofrendo pressão crescente para identificar o policial e fornecer detalhes sobre a investigação para apaziguar a comunidade de maioria negra.

Desde a morte no sábado, manifestantes convergiram para Ferguson e atraíram as atenções para as tensões raciais na região. Milhares protestaram nas ruas da cidade, e o inconformismo desencadeou embates do domingo até a quarta-feira.

Grupos de direitos humanos se queixaram de que a morte de Brown é o episódio mais recente de um longo histórico de tratamento diferenciado, prisões discriminatórias e assédio da polícia.

Alguns moradores consideraram o relatório oficial sobre o roubo como o mais recente exemplo do padrão de comportamento policial.

"Esta é a forma como a polícia opera aqui, eles sempre difamam o nome da vítima", disse o morador Arthur Austin, de 39 anos. "Quanto mais eu ouço, menos eu confio no que a polícia está dizendo."

Relatos Conflitantes

O presidente do grupo de direitos civis Rede Nacional de Ação, reverendo Al Sharpton, irá pagar o enterro de Brown e emitiu um comunicado nesta sexta-feira criticando o que chamou de “campanha de difamação” contra o jovem.

Sharpton declarou que irá liderar uma manifestação em Ferguson no domingo com a família de Brown, que expressou revolta com o relatório da polícia em uma declaração no Twitter, mas não comentou a alegação.

A versão da polícia difere profundamente dos relatos de testemunhas. Em seu primeiro relatório, a polícia afirmou que Brown lutou com Wilson dentro da viatura antes de o policial sacar a arma e disparar várias vezes contra o jovem.

Mas Dorian Johnson, amigo de Brown, e mais uma testemunha afirmaram que Brown tentava se afastar do policial, que tentou segurá-lo, e que Brown estendeu as mãos para o alto como sinal de rendição mais foi alvejado várias vezes.

A polícia admitiu que o corpo de Brown estava a mais de nove metros da viatura quando caiu e morreu e que vários cartuchos de bala foram encontrados no local.

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