Protestos: além dos 40 mil refugiados aceitos pelo país desde 2015, milhares migraram dos EUA (Renaud Philippe/Reuters)
AFP
Publicado em 21 de agosto de 2017 às 08h27.
A Polícia canadense e algumas centenas de ativistas antirracismo se enfrentaram neste domingo em Quebec durante uma mobilização a favor da imigração, convocada para repudiar outro protesto de militantes de extrema direita anti-imigração, que teve pouca adesão, constatou um jornalista da AFP.
Algumas centenas de pessoas se reuniram no centro da província francófona de Quebec à tarde para repudiar um protesto convocado por La Meute, um grupo de ativistas nacionalistas de extrema direita que pede aos cidadãos que se levantem contra os movimentos migratórios rumo ao Canadá.
Para separar os dois grupos, a Polícia mobilizou um cordão de segurança, mas acabou declarando o protesto antirracismo como ilegal, depois do registro de distúrbios esporádicos e que alguns ativistas lançaram objetos contra os policiais, deixando alguns feridos leves.
"Dados os atos de violência e vandalismo, esta manifestação é ilegal", escreveu no Twitter a Polícia de Quebec, acrescentando que um dos manifestantes foi detido.
O protesto de La Meute, que se manteve concentrada em um estacionamento, buscava pedir ao governo que defenda a "soberania" nas fronteiras e que se proteja a qualidade de vida dos canadenses, ao garantir "condições favoráveis para a integração de migrantes legais com uma gestão responsável de nossos recursos e fundos públicos".
Além dos 40.000 refugiados aceitos pelo Canadá desde o fim de 2015, milhares de migrantes entraram no país vindos dos Estados Unidos, especialmente desde que Donald Trump chegou à Casa Branca com duras propostas anti-imigração.
No primeiro semestre de 2017, 6.500 pessoas que pediam asilo entraram no Canadá e outras 7.000 o fizeram por Quebec desde o começo de julho passado, sendo 6.000 haitianos que poderiam ser expulsos dos Estados Unidos quando vencer o status de proteção temporária de que desfrutam.
Este benefício foi concedido a 60.000 haitianos após o devastador terremoto de 2010.