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Polícia turca volta a enfrentar manifestantes em Istambul

A polícia da Turquia voltou a usar gás lacrimogêneo e canhões de água na noite desta terça-feira na tentativa de tomar o controle da Praça Taksim em Istambul

A polícia, apoiada por veículos blindados, se mobilizou inesperadamente logo após o amanhecer na praça Taksim (REUTERS/Osman Orsal)

A polícia, apoiada por veículos blindados, se mobilizou inesperadamente logo após o amanhecer na praça Taksim (REUTERS/Osman Orsal)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2013 às 17h58.

Istambul - A polícia antichoque da Turquia voltou a usar gás lacrimogêneo e canhões de água na noite desta terça-feira na tentativa de tomar o controle da Praça Taksim em Istambul, onde manifestantes desafiam o primeiro-ministro Tayyip Erdogan, que exige que eles deixem o local e encerrem 10 dias de protestos.

Polícia lançou gás lacrimogêneo contra uma multidão de milhares de pessoas em roupas de trabalho e jovens com máscaras, que haviam combatido durante todo o dia, dispersando brevemente o grupo em ruas laterais e hotéis das proximidades.

Manifestantes, que acusam Erdogan de extrapolar seus poderes depois de 10 anos no comando e três vitórias eleitorais, haviam confrontado a polícia durante o dia, batendo tambores e exigindo a renúncia do primeiro-ministro do país, Tayyip Erdogan. Eles atiraram pedras contra os veículos que disparavam água e ambulâncias foram posteriormente vistas entrando e saindo da praça.

Mais cedo, Erdogan pediu que os manifestantes deixassem a praça.

Em uma indicação do impacto dos protestos sobre a confiança dos investidores, o banco central da Turquia disse que irá intervir, se necessário, para dar suporte à moeda local, a lira turca.

Erdogan, que nega as acusações de comportamento autoritário, declarou que não irá ceder.

"Eles dizem que o primeiro-ministro é duro. Então, o que ia acontecer aqui? Íamos nos ajoelhar na frente delas (pessoas)?", disse Erdogan enquanto a ação para esvaziar a praça começava.

"Se vocês chamam isso de severidade, me desculpem, mas esse Tayyip Erdogan não vai mudar", disse ele em uma reunião de parlamentares de seu partido AK.

Aliados ocidentais têm expressado preocupação com os problemas no país, um importante aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que faz fronteira com Síria, Irã e Iraque.


Os Estados Unidos têm a Turquia de Erdogan como um exemplo de uma democracia islâmica que poderia ser imitada em outras partes do Oriente Médio.

A polícia, apoiada por veículos blindados, se mobilizou inesperadamente logo após o amanhecer na praça Taksim, local de um protesto inicial contra os planos do governo de revitalizar o parque Gezi, que fica ao lado da praça. A repressão policial estimulou manifestações em todo o país.

Vencedor em três eleições consecutivas, Erdogan disse que os protestos são planejados por vândalos, elementos terroristas e forças estrangeiras não identificadas. Seus críticos, que dizem que elementos religiosos conservadores ganharam espaço sobre centristas em seu partido AK, o acusam de inflamar a crise com um discurso inflexível.

"Um ataque abrangente contra a Turquia tem sido realizado", disse Erdogan.

"O aumento das taxas de juros, a queda nos mercados de ações, a deterioração do ambiente de investimento, a intimidação dos investidores --os esforços para distorcer a imagem da Turquia têm sido postos em prática como um projeto sistemático", disse ele.

A agitação afetou a confiança do investidor em um país que tem crescido sob a gestão de Erdogan. A lira, que já sofre com a turbulência generalizada do mercado, caiu para seu nível mais baixo contra a uma cesta de moedas desde outubro de 2011.

A ação da polícia ocorreu um dia depois de Erdogan concordar em se reunir com líderes do protesto envolvidos nas manifestações iniciais sobre a revitalização do parque Gezi.

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