Tayyip Erdogan: ele acusa Gulen de engendrar, entre outras coisas, um escândalo de corrupção para desacreditá-lo e derrubá-lo (Ints Kalnins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2015 às 10h58.
Istambul - A polícia turca lançou nesta sexta-feira uma operação para prender dezenas de pessoas, incluindo empresários, vistas como partidárias do clérigo muçulmano Fethullah Gulen, que vive nos Estados Unidos e é um ex-aliado, e agora inimigo do presidente Tayyip Erdogan, disse o gabinete de um governador provincial.
Iniciativas contra o que Erdogan classifica como uma estrutura paralela ou grupo terrorista no interior do Estado tinham até agora sido focadas em simpatizantes de Gulen na polícia, no Poder Judiciário, mídia e num banco fundado por seus seguidores.
Erdogan está buscando obter um apoio esmagador para o Partido AK, fundado por ele, nas eleições de junho, nas quais espera pavimentar o caminho para conseguir poderes presidenciais mais amplos.
Ele acusa Gulen de engendrar, entre outras coisas, um escândalo de corrupção para desacreditá-lo e derrubá-lo.
Gulen, um aliado próximo quando o partido AK chegou ao poder, nega as acusações.
A operação policial desta sexta-feira se concentrou na cidade de Konya, no centro do país, mas incluiu 19 províncias. O alvo foram 66 pessoas, entre as quais empresários e ex-policiais, disse o gabinete do governador de Konya.
De acordo com o comunicado do gabinete, a investigação está relacionada com várias acusações, incluindo a adesão ao que ele chamou de "grupo de terror fethullahista" e violação do sigilo de um inquérito, sem dar detalhes.
A operação foi lançada depois que um advogado de Konya e sua secretária tentaram abandonar a Turquia no início deste mês, diz o texto.