Polícia da Rússia prendeu o veterano britânico defensor de direitos LGBT Peter Tatchell em Moscou nesta quinta-feira (Glab Garanich/Reuters)
AFP
Publicado em 14 de junho de 2018 às 11h15.
Última atualização em 14 de junho de 2018 às 12h35.
O ativista britânico Peter Tatchell foi detido nesta quinta-feira (14), no centro de Moscou, durante uma ação de protesto contra as violações dos direitos dos homossexuais, a horas do início da Copa do Mundo 2018.
Perto da Praça Vermelha, Tatchell exibiu um cartaz escrito, em inglês, "Putin não age contra a tortura de homossexuais na Chechênia".
Foi rapidamente detido e levado pelas forças da ordem.
"Não pode haver relações esportivas normais com um regime anormal como o de Vladimir Putin", havia declarado antes da chegada dos três policiais.
Peter Tatchell, de 66 anos, tentou conversar com os agentes, um deles com um bom nível de inglês, com quem trocou educadamente algumas palavras.
"Me manifesto em nome dos russos", explicou o ativista britânico, acrescentando que um importante número de grandes nomes da Rússia era homossexual, como o compositor Piotr Chaikovski.
"Putin é nossa escolha, a escolha do povo!", gritou em russo um cidadão de Moscou que passava na rua na hora do protesto.
Esta foi a terceira detenção na Rússia para Peter Tatchell, um conhecido ativista britânico a favor dos direitos das pessoas LGBT.
Em 2007, foi detido após ser agredido no rosto em uma marcha pelo Orgulho LGBT em Moscou, marcada por violentos confrontos.
Em 2013, uma lei que contempla multas e até um ano de prisão foi aprovada para combater a "propaganda homossexual" diante de menores de idade, uma questão que gerou protestos internacionais.
Sede do Mundial de futebol pela primeira vez em sua história, a Rússia garantiu que os visitantes homossexuais serão bem-vindos a seu país no torneio.