Canadá: as circunstâncias do tiroteio ainda não foram esclarecidas (Dan Culberson/Reuters)
AFP
Publicado em 10 de agosto de 2018 às 11h01.
Última atualização em 10 de agosto de 2018 às 20h09.
A Polícia canadense prendeu o suspeito de um tiroteio registrado nesta sexta-feira (10) e que deixou quatro mortos na localidade de Fredericton, no leste do Canadá - informou a Polícia.
Entre os quatro mortos, dois são policiais.
O bairro de Brookside, no centro de uma cidade com 60.000 habitantes situada em Nouveau-Brunswick (leste), esteve isolado por várias horas após o tiroteio, ocorrido às 07h locais (mesma hora em Brasília). Ao meio-dia o perímetro de segurança foi levantado.
Desconheciam-se as motivações do ataque.
"O tiroteio deixou ao menos quatro mortos. Neste momento, podemos confirmar que temos um suspeito detido e que não há mais ameaça para o público", indicou a Polícia.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, reagiu de imediato à notícia.
"Meus sentimentos estão com todos os que foram afetados pelo tiroteio esta manhã. Acompanharemos a situação de perto", tuitou o premiê.
De acordo com o canal de televisão pública CBC, uma testemunha disse ter visto um homem armado com um fuzil abrir fogo de uma janela contra o pátio de um edifício. A Polícia ainda não confirmou esta informação.
"Escutei o que pensei serem crianças brincando com fogos de artifício. Dois disparos, três disparos, depois quatro... Era surrealista, como em um filme", contou à Rádio Canadá Pierre Huard, morador dos arredores.
Cerca de 20 crianças com idades entre 2 e 7 anos ficaram confinadas em sua escola, e várias lojas foram fechadas, afirmou Rachel Le Blanc, outra testemunha, diretora de uma creche.
"Não têm ideia do que está acontecendo, o que é muito bom", disse. "Muitos pais ligaram, estão muito assustados, se tranquilizaram", acrescentou.
A província de Nouveau-Brunswick, no leste do país, já havia vivenciado um tiroteio mortal em junho de 2014.
Três elementos da Real Polícia Montada do Canadá foram mortos na rua, em Moncton, a principal cidade de Nouveau-Brunswick, por um homem que abriu fogo contra eles.
O assassino foi condenado a 75 anos de prisão, a sentença mais dura já imposta a uma pessoa na história recente do Canadá.
Na noite de 22 de julho, um homem abriu fogo em uma rua de Toronto e causou a morte de uma jovem de 18 anos e de uma menina de 10, ferindo outras 13 pessoas.
O tiroteio foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), mas a Polícia afirmou que não tinha provas que apoiassem essa reivindicação.
Esta série de ataques a tiros poderia reativar o debate sobre o controle de armas de fogo no Canadá. Em março, o governo Trudeau endureceu as condições para se conseguir armas de fogo, argumentando um aumento dos crimes violentos, mas sem se atrever a criar um sistema de registro nacional de armas obrigatório.
Consultado pelos meios de comunicação, o ministro federal de Segurança Pública, Ralph Goodale, reconheceu que "a violência com armas de fogo aumentou há cinco anos".
É preciso fortalecer a legislação para "abandonar especificamente este objetivo, melhorando nossa lei de armas e desbloqueando novos investimentos para ajudar as províncias e municípios a lidar com isso", acrescentou.
"Em nome de todos os habitantes de Nouveau-Brunswick, ofereço minhas condolências e minhas orações pelas vítimas e seus familiares", afirmou, por sua vez, o primeiro-ministro da província, Brian Gallant, também pelo Twitter.