Paisagem em Moçambique: ação alimenta as tensões políticas na ex-colônia portuguesa (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2013 às 11h41.
Maputo - Policiais ocuparam a sede do partido oposicionista de Moçambique Renamo, onde usaram gás lacrimogêneo e prenderam até 15 pessoas, disseram a imprensa local e membros da oposição nesta quinta-feira, alimentando as tensões políticas na ex-colônia portuguesa.
Osufo Madate, chefe de segurança do partido Renamo, disse que um tiro acertou de raspão a barriga de um membro do partido durante a ocupação de quarta-feira, que ele atribuiu ao partido governista Frelimo.
"Já basta", disse Madate à Reuters. "Não podemos ficar de braços cruzados enquanto a Frelimo ataca a nossa gente. Vamos retaliar." Ele confirmou que houve algumas prisões, mas não as 15 noticiadas pela Rádio Moçambique.
Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) travaram uma guerra civil de 16 anos depois da independência moçambicana (1975), e ainda hoje mantêm uma relação tensa.
Em novembro, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, chegou a se recolher a um acampamento nos isolados montes Gorongosa, ameaçando formar uma guerrilha e iniciar uma nova guerra civil.
Há um ano, a polícia matou dois homens depois de invadir diretórios da Renamo no norte do país.
A Frelimo mantém amplo domínio político e militar sobre Moçambique desde o acordo de paz de 1992, o que torna improváveis hostilidades abertas entre os dois grupos. Mas mesmo assim as tensões devem causar preocupações entre mineradoras -- inclusive a brasileira Vale-- que operam no país.