Mundo

Polícia identifica terrorista de Londres como Khalid Masood

Polícia de Londres afirmou que Masood, britânico nascido no condado de Kent, já tinha sido condenado por agressões violentas e posse de armas

Atentado em Londres: o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque por meio de um comunicado (Eddie Keogh/Reuters)

Atentado em Londres: o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque por meio de um comunicado (Eddie Keogh/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 23 de março de 2017 às 12h56.

Última atualização em 23 de março de 2017 às 15h43.

Londres - O homem que matou três pessoas perto do Parlamento britânico antes de ser morto a tiros pela polícia foi identificado nesta quinta-feira como Khalid Masood, que nasceu no Reino Unido e foi investigado uma vez por agentes de inteligência devido a suspeitas de extremismo violento.

O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque por meio de um comunicado de sua agência de notícias, a Amaq, mas não nomeou Massod e não deu detalhes. Não ficou claro se o agressor era diretamente ligado ao grupo jihadista.

"O perpetrador dos ataques ontem em frente ao Parlamento britânico em Londres é um soldado do Estado Islâmico e realizou a operação em resposta aos pedidos para se atacar cidadãos da coalizão", disse a agência do grupo, que perdeu território na Síria e no Iraque recentemente para forças locais que contam com o apoio de uma coalizão militar liderada pelos Estados Unidos.

A polícia disse que Masood, de 52 anos, nasceu no condado de Kent, no sudeste da Inglaterra, e estava mais recentemente morando na região de West Midlands, no centro do país.

"Masood não era alvo de nenhuma investigação atual e não havia informação anterior de inteligência sobre sua intenção de realizar um ataque terrorista", disse a Polícia Metropolitana de Londres em comunicado. "Entretanto, ele era conhecido da polícia e tem uma série de condenações anteriores por agressões, posse de armas e ofensas à ordem pública".

A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse ao Parlamento que o autor do ataque já havia sido investigado uma vez pelo serviço de inteligência MI5 por preocupações sobre extremismo violento, mas era uma figura periférica.

"O que posso confirmar é que o homem nasceu no Reino Unido e que alguns anos atrás foi investigado uma vez pelo MI5 devido a suspeitas de extremismo violento", disse a premiê ao Parlamento.

"Ele era uma figura periférica... não era parte do atual quadro de inteligência. Não havia inteligência anterior sobre sua intenção ou sobre o complô", afirmou, acrescentando que sua identidade será revelada quando o inquérito permitir.

A polícia disse que Masood nunca foi condenado por ofensas ligadas a terrorismo. Sua primeira condenação foi em 1983 por danos, e sua última foi em dezembro de 2003 por posse de uma arma.

Em cinco minutos de ataque no coração de Londres na tarde de quarta-feira, Masood cruzou a Ponte de Westminster de carro, atropelando pedestres pelo caminho, e depois bateu nos portões do edifício do Parlamento e esfaqueou um policial desarmado fatalmente, antes de ser morto a tiros.

A polícia britânica prendeu oito pessoas em seis locais de Londres e Birmingham no curso da investigação sobre o ataque de um lobo solitário cometido na quarta-feira, que May disse ter sido inspirado por uma ideologia islâmica distorcida.

Quarenta pessoas ficaram feridas e 29 ainda estão hospitalizadas, sete delas em estado crítico.

A empresa de locação de veículos Enterprise disse que o carro usado no ataque foi alugado em sua agência de Spring Hill, em Birmingham, que fica em West Midlands.

A Ponte de Westminster e a área adjacente ao Parlamento ainda estavam isoladas na manhã desta quinta-feira, mas os locais foram reabertos ao público no início da tarde. Uma fileira de investigadores examinava de joelhos o local onde o agressor foi abatido.

Os mortos foram duas pessoas do público, o policial esfaqueado e o perpetrador do ataque.

A rainha Elizabeth enviou condolências às pessoas afetadas pelo ataque. "Meus pensamentos, minhas orações e minhas mais profundas condolências estão com todos aqueles que foram afetados pela terrível violência de ontem", disse a monarca em comunicado.

A polícia havia estimado o saldo de mortes do ataque perto do Parlamento em cinco, mas revisou para quatro nesta quinta-feira. Foi o pior ataque do tipo no país desde 2005, quando 52 pessoas foram mortas por homens-bomba no sistema de transporte público de Londres.

Entre os feridos há 12 britânicos, três estudantes francesas, dois romenos, quatro sul-coreanos, um alemão, um polonês, um chinês, um norte-americano e dois gregos, disse May.

"Reunimo-nos aqui, no mais antigo de todos os Parlamentos, porque sabemos que a democracia e os valores que ela implica sempre irão prevalecer", afirmou.

"Um terrorista veio ao lugar onde pessoas de todas as nacionalidades e culturas compreendem o que significa ser livre e descontou sua raiva indiscriminadamente contra homens, mulheres e crianças inocentes".

Observou-se um minuto de silêncio no Parlamento e diante da sede da polícia da Nova Scotland Yard às 9h33 (horário local) em homenagem às vítimas -- 933 era o número do uniforme de Keith Palmer, o policial esfaqueado que perdeu a vida.

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristasLondresReino Unido

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA