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Polícia espanhola evita massacre inspirado em Columbine

Também foi encontrado um diário pessoal no qual o jovem, identificado como Juan Manuel M.S, manifestava sua intenção de suicidar-se após o massacre, segundo a polícia


	Prisão: o jovem, que passará à disposição de um juizado nas próximas horas, será acusado do crime de posse de armas e explosivos
 (Ali al-Saadi/AFP)

Prisão: o jovem, que passará à disposição de um juizado nas próximas horas, será acusado do crime de posse de armas e explosivos (Ali al-Saadi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2012 às 15h34.

Palma de Mallorca - A prisão de um jovem espanhol que pretendia espalhar bombas na Universidade das Ilhas Baleares, imitando os autores do massacre de Columbine, nos Estados Unidos, evitou uma catástrofe, segundo as autoridades.

A polícia anunciou nesta quinta-feira a detenção, no dia anterior, de um jovem de 21 anos na ilha espanhola de Mallorca e em cujo domicílio foram encontrados 140 quilos de explosivos com os quais planejava atacar a universidade.

Também foi encontrado um diário pessoal no qual o jovem, identificado como Juan Manuel M.S, manifestava sua intenção de suicidar-se após o massacre, segundo a polícia.

O plano estava inspirado no massacre ocorrido no dia 20 de abril de 1999 em Columbine, quando dois adolescentes mataram a tiros 12 estudantes e um professor em um colégio dessa cidade americana antes de suicidar-se.

Juan Manuel é um estudante espanhol de eletrônica que tinha uma conduta "antissocial", segundo informou em entrevista coletiva a porta-voz da Chefia Superior de Polícia das Baleares, Yanka Jurkevicz.

O jovem havia saído da casa de seus pais há poucos meses e se mudado para um apartamento da mesma cidade de Palma de Mallorca, onde vivia de jogos de azar que disputava pela internet.

De acordo com a polícia, o jovem sempre viveu nesta cidade, onde estudou eletrônica, mas não tem nenhuma vinculação com a Universidade das Ilhas Baleares.

No diário pessoal achado em seu domicílio, o jovem explicava seu plano de atacar o centro universitário e manifestava seu ódio à sociedade, especialmente aos estudantes universitários. Também expressava sua decisão de colocar bombas repletas de estilhaços no centro estudantil, explicou a porta-voz.


Os investigadores acreditam que tudo indica que atuava sozinho, e disseram que não havia uma data definida para sua ação. Segundo a porta-voz, o detido já tinha enviado a um centro escolar de Palma de Mallorca uma carta em tom ameaçador.

O jovem, que passará à disposição de um juizado nas próximas horas, será acusado do crime de posse de armas e explosivos.

Jurkevicz reconheceu que com essa quantidade de explosivos o detido podia ter provocado "bastante dano", ainda mais levando em conta que pensava em fabricar bombas com estilhaços em seu interior.

O ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, opinou, por sua parte, que com a detenção do jovem se evitou "um massacre" e se salvaram muitas vidas, após o que felicitou a polícia espanhola pela "brilhante operação".

A reitora da Universidade das Ilhas Baleares, Montserrat Casas, também lançou uma mensagem de tranquilidade e comentou que a detenção do jovem "evitou uma tragédia".

Montserrat não soube explicar por que o jovem havia escolhido este centro como alvo e declarou que a polícia lhe informou apenas que o detido "dizia que os estudantes universitários eram idiotas".

A maioria dos alunos se inteirou da notícia avisados por amigos e parentes com mensagens de celulares e através das redes sociais.

Enquanto isso, os poucos moradores que tinham reparado no jovem nos dois meses que estava vivendo no velho bairro de Sa Gerreria viam em Juan Manuel um jovem "solitário" e "um pouco perdido", sem imaginar que a polícia lhe seguia de perto.

Há três semanas os agentes vigiavam discretamente a casa na qual o jovem urdia o plano terrorista com o qual queria semear de bombas o campus universitário para imitar os assassinos de Columbine.

O cabeleireiro que anteontem mesmo lhe cortou o cabelo e viu Juan Manuel subir algemado a um furgão policial explicou hoje que o jovem "não falava muito" e que "caminhava com a cabeça baixa, imerso em seu mundo". 

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