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Polícia dos EUA procura "serial bomber" após 4º ataque no Texas

Nas últimas semanas, quatro explosões mataram duas pessoas e feriram outras quatro, na cidade de Austin

Texas: os investigadores trabalhavam até o momento com a hipótese de crimes racistas (Sergio Flores/Reuters)

Texas: os investigadores trabalhavam até o momento com a hipótese de crimes racistas (Sergio Flores/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de março de 2018 às 08h22.

Última atualização em 6 de novembro de 2018 às 17h08.

A polícia dos Estados Unidos disse nesta segunda-feira que procura um "serial bomber" na capital do Texas, Austin, depois da explosão de uma quarta bomba neste mês, que deixou dois jovens gravemente feridos e a população novamente aterrorizada.

As autoridades vincularam o ataque de domingo a outros três ocorridos em Austin nas últimas semanas, que mataram duas pessoas e feriram outras quatro, destacando um "maior nível de sofisticação" nessa última explosão.

"As vítimas são dois homens de 22 e 23 anos de idade, dois homens anglo-saxões", informou Brian Manley, chefe da polícia de Austin, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira.

Os dois estão internados, com "ferimentos significativos, mas em condição estável".

Esta nova explosão ocorreu no domingo, poucas horas depois de a polícia ter emitido um alerta pedindo informações sobre o autor ou autores dos ataques anteriores, que deixaram dois mortos e dois feridos.

"Definitivamente estamos lidando com o que pensamos ser um 'serial bomber'", declarou Brian Manley.

Os investigadores trabalhavam até o momento com a hipótese de crimes racistas, uma vez que as três primeiras explosões fizeram vítimas negras ou hispânicas.

Os dois pacotes anteriores causaram a morte de dois afro-americanos: um homem de 39 anos, em 2 de março, e um jovem de 17, em 12 de março. Uma senhora de 72 anos, de origem hispânica, também ficou gravemente ferida em 12 de março.

Após esta quarta explosão, que feriu dois homens brancos, as autoridades não excluem nenhuma hipótese.

"Esta é a questão desde o início, trata-se de terrorismo, de crime racista? Estamos apenas nas etapas preliminares" da investigação, disse Manley.

"Aleatória" e "mais sofisticada"

Segundo a polícia, a explosão parece ter sido "aleatória" e ativada por um fio detonador, uma diferença "significativa" em relação aos três ataques anteriores, em que os que as bombas chegaram pelo correio.

É "muito possível" que tenha sido "ativado por alguém que manipulou, pisou ou entrou em contato com um fio detonador que ativou o dispositivo", disse Manley.

"O suspeito ou suspeitos com os quais estamos lidando têm um nível de sofisticação talvez maior do que imaginávamos no início, em vista dessa mudança de método para um dispositivo mais elaborado", declarou o chefe da polícia.

O agente especial do FBI Christopher Combs concordou: este fio detonador "muda as coisas. É mais sofisticado". "Estamos muito preocupados que uma criança possa estar andando na calçada e toque em algo assim", acrescentou.

As autoridades ainda não identificaram qualquer suspeito e voltaram a ressaltar a recompensa de até US$ 115.000 para qualquer informação que ajude.

"Ataques terroristas"

Três parlamentares democratas pediram que as explosões sejam consideradas "ataques terroristas" e "investigadas como tal". Além disso, os representantes Bennie Thompson, Cedric Richmond e Sheila Jackson Lee pediram que se determinasse se os atentados "têm uma motivação ideológica ou racial".

"A comunidade afetada está agora virtualmente sob prisão domiciliar e supõe-se que toda a cidade está em estado de temor, o que facilmente pode se tornar pânico", afirmou.

Centenas de policiais trabalham neste caso, incluindo especialistas da FBI (a Polícia Federal americana) e do Escritório do Álcool, Tabaco e Armas de Fogo (ATF, na sigla em inglês).

Deter o criminoso "é a prioridade máxima", disse o prefeito de Austin, Steve Adler, na rede ABC.

No domingo durante o dia, Manley enviou uma mensagem ao autor, ou autores, desses ataques.

"Queremos compreender o que o levou a fazer isso e queremos ouvi-lo", declarou.

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