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Polícia de Istambul faz valer proibição à parada de orgulho LGBT

Equipados com escudos e capacetes, policiais fecharam as entradas para a rua Istiklal, onde organizadores planejaram realizar a marcha

Ativistas se juntam em Istambul para tentar fazer Marcha do Orgulho LGBT, na Turquia, dia 25/06/2017 (Murad Sezer/Reuters)

Ativistas se juntam em Istambul para tentar fazer Marcha do Orgulho LGBT, na Turquia, dia 25/06/2017 (Murad Sezer/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de junho de 2017 às 15h28.

Istambul - A polícia turca agiu no centro de Istambul neste domingo para fazer valer a proibição à parada anual do orgulho gay e transgênero, bloqueando uma rua principal e dispersando grupos de manifestantes que se reuniram nas proximidades.

Equipados com escudos e capacetes, policiais fecharam as entradas para a rua Istiklal, onde organizadores planejaram realizar a marcha antes de as autoridades anunciarem sua proibição, no sábado, citando problemas de segurança após ameaças de um grupo ultranacionalista.

Pequenos grupos reuniram-se nas ruas próximas com bandeiras de arco-íris, símbolo do orgulho lésbico, gay, bissexual e transgênero.

A polícia atirou com balas de borracha para dispersar um grupo, disseram testemunhas, e prendeu várias pessoas.

Imagens publicadas na internet indicam que os policiais também atiraram gás lacrimogêneo em um local.

A parada de Istambul atraiu dezenas de milhares de pessoas no passado, tornando-se uma das maiores do universo muçulmano.

Em 2015 ela foi dispersada pela polícia. No ano passado e neste, foi proibida após ameaças do grupo ultranacionalista Alperen Hearths.

O gabinete do governador de Istambul afirmou que decidiu proibir a demonstração por estar preocupado com a segurança dos manifestantes, turistas e moradores.

"O verdadeiro motivo por trás das reações a uma marcha que aconteceu durante 12 anos em paz é o ódio", disseram os organizadores.

Istambul tradicionalmente é vista como um lugar relativamente seguro para membros da comunidade gay de outros lugares do Oriente Médio, inclusive para refugiados da Síria e do Iraque.

Mas apesar de a homossexualidade não ser um crime na Turquia, como em muitos países muçulmanos, a homofobia ainda é muito ampla.

Críticos afirmam que o presidente Tayyip Erdogan e seu islâmico partido AK mostraram pouco interesse em expandir os direitos das minorias, gays e mulheres, e são intolerantes com dissidências.

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