Foto divulgada pela polícia da Bélgica: homem teria ligação com a gangue dos "assassinos loucos de Brabant", que aterrorizou o país na década de 80 (Polícia Federal da Bélgica/Divulgação)
Gabriela Ruic
Publicado em 16 de junho de 2020 às 15h37.
Última atualização em 16 de junho de 2020 às 15h43.
Este homem usando óculos escuros e carregando uma arma de fogo pode ser a resposta para um dos maiores mistérios da Bélgica: os membros da gangue dos “assassinos loucos de Brabant”.
O grupo aterrorizou o país nos anos 80, conduzindo uma série de ataques violentos que terminaram com a morte de 28 pessoas. Segundo autoridades, as pessoas eram mortas a sangue frio, fossem elas crianças, adultos ou idosos.
Nesta terça-feira, 16, a polícia da Bélgica tenta uma nova estratégia para dar fim ao caso e divulgou uma foto enviada anonimamente para as autoridades em 1986 e na qual aparece um suposto membro da gangue. De acordo com o jornal britânico The Guardian, a Bélgica agora corre contra o tempo para encerrar as pessoas por trás dos crimes, que prescrevem em 2025.
Segundo a polícia, que divulgou a foto com um pedido por mais informações do público, esse homem está ligado ao caso e, portanto, precisa ser identificado. Eric Van Duyse, porta-voz da procuradoria federal, disse em coletiva que os esforços para tanto não trouxeram resultados até o momento, mas que, como a investigação foi reiniciada, esperam conseguir fazer isso com a ajuda da população.
Os “assassinos loucos de Brabant”, como ficaram conhecidos, estiveram em atividade entre os anos de 1982 e 1985. Ao menos 40 pessoas ficaram feridos durante os ataques do grupo, cujas motivações até hoje não foram esclarecidas. O último deles, em 1985 e na cidade de Aalst, oito pessoas foram assassinadas. O grupo cessou suas movimentações de forma abrupta naquele ano.
O paradeiro desse grupo nunca foi solucionado. Segundo as investigações, a habilidade dos homens com armas sugeririam que tivessem algum tipo ligação com um grupo paramilitar, a gendarmaria, em atividade até o início dos anos 2000. Suspeita-se que a gangue tivesse como objetivo desestabilizar o estado belga, explicou o Guardian, uma suspeita considerada como factível pelo governo.
Ainda de acordo com o jornal britânico, os "assassinos loucos de Brabant" eram três homens ("o gigante", "o assassino" e "o velho"), que invadiam os locais com os rostos pintados e, em algumas circunstâncias, roubavam bens de pequeno valor.